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Europa

Incêndio em balsa italiana já deixou dez mortos

Ministra da Defesa disse que trabalhos de busca continuam, depois de imprensa afirmar que pode haver 38 náufragos

29 dez 2014 - 13h26
(atualizado às 19h07)
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<p>Equipe da guarda costeira italiana carrega um corpo após chegada ao porto</p>
Equipe da guarda costeira italiana carrega um corpo após chegada ao porto
Foto: Ciro De Luca / Reuters

O governo da Itália aumentou nesta segunda-feira para dez o número de mortos no incêndio da balsa "Norman Atlantic", ocorrido ontem quando a embarcação seguia da Grécia rumo à Itália.

Equipes de resgate completaram nesta segunda-feira a retirada de mais de 400 pessoas de uma balsa que pegou fogo na costa adriática da Grécia, trabalhando durante a noite e desafiando o alto mar e tempo congelante em um drama de 36 horas.

Dez pessoas morreram no incidente e muitos outros poderiam estar desaparecidos, o que levou as autoridades italianas a continuar as buscas aéreas no mar em torno do navio, enquanto tentavam verificar o número de passageiros que estavam a bordo.

Cinquenta e seis integrantes da tripulação foram retirados, enquanto 234 dos outros resgatados eram gregos, 54 turcos, 22 albaneses e 22 italianos, segundo Lupi.

Mais cedo, o governo italiano havia confirmado oito mortes, mas dois novos corpos foram encontrados. "Manifestamos dor pelos oito mortos encontrados até o momento", declarou em entrevista coletiva a ministra da Defesa, Roberta Pinotti, que disse que 427 pessoas foram resgatadas da embarcação.

A ministra disse que os trabalhos de busca continuarão, depois de a imprensa grega informar que 38 náufragos ainda não foram resgatados. Esse número procede aparentemente de uma comparação feita pelos veículos de imprensa entre as listas de passageiros e tripulação e as pessoas resgatadas.

No entanto o ministro das Infraestruturas e Transportes, Maurizio Lupi, afirmou em Roma que é "prematuro" deduzir que há desaparecidos apenas comparando essas listas.

Lupi disse em entrevista coletiva conjunta com Pinotti que ainda terá que ser esclarecido com as autoridades do porto de embarque se as listas continham nomes de pessoas que realmente embarcaram ou se havia somente reservas de passagens em nome delas.

Equipes de resgate da Itália e da Grécia retiraram passageiros de helicóptero do deque superior da balsa Norman Atlantic, operada pela empresa grega Anek Lines, desde domingo à tarde.

A bordo da embarcação só permaneceram depois da retirada dos passageiros o capitão, Argilio Giacomazzi, que a abandonou às 14h50 locais (11h50 de Brasília), e militares, que tentarão determinar as causas do ocorrido.

O acidente

A balsa navegava de Patros, no oeste da Grécia, para Ancona, na Itália, levando 478 passageiros e mais de 200 veículos quando o fogo começou nas primeiras horas de domingo.

Teodora Douli, uma passageira grega que era esposa de um dos mortos, foi uma das resgatadas que contou alguns detalhes da situação de angústia que os passageiros e a tripulação da embarcação viveram quando começou o incêndio.

"As pessoas não sabiam para onde ir", contou Douli à imprensa italiana.

Alguns passageiros relataram momentos de confusão e pânico após o início do incêndio. Um motorista de caminhão grego descreveu cenas de "caos" a bordo da embarcação em chamas. Ele contou que, quando os helicópteros chegaram, pessoas pisoteavam umas às outras na tentativa de serem resgatadas.

Alguns passageiros teriam tentando impor alguma ordem para priorizar o resgate de mulheres e crianças. "Mas os homens nos agrediram para serem resgatados primeiro, não levaram em consideração as mulheres ou as crianças", comentou.

Um dos passageiros que desembarcou em Bari contou que a tripulação não sabia como proceder. "Os barcos salva-vidas não funcionavam, apenas um deles estava na água, e nenhum dos tripulantes estava lá para ajudar as pessoas."

O promotor público de Bari, Giuseppe Volpe, declarou que uma investigação criminal será encaminhada para verificar se houve negligência durante o acidente, o que poderia ter contribuído para aumentar as proporções do desastre.

O proprietário da balsa, o italiano Carlo Visentini, afirmou que vai cooperar com as investigações. Ele insistiu que a embarcação, arrendada à operadora Anek, havia passado por uma inspeção técnica em 19 de dezembro.

Com informações da Reuters, Deutsche Welle e EFE.

Itália abre investigação para apurar incêndio em ferry:

Fonte: Terra
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