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Europa

Sarajevo se prepara para a visita do papa Francisco

30 mai 2015 - 10h11
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Sarajevo, a capital da Bósnia-Herzegovina, se prepara para receber o papa Francisco daqui a exatamente uma semana, mas suas ruas já estão repletas de cartazes com a figura do pontífice.

O rosto sorridente do papa acompanhado da frase "mir vama" ("que a paz esteja convosco") pode ser visto em muitas ruas da capital, onde as autoridades finalizam os preparativos para recebê-lo no próximo dia 6 de junho.

"A visita de um líder religioso à Bósnia é definitivamente um grande acontecimento. É muito importante para nós e nos preparamos para isso", disse a um grupo de jornalistas Predrag Grbic, chefe do gabinete do representante sérvio (e atual presidente Mladen Ivanic) na presidência tripartite do país, integrada por um representante das três comunidades: muçulmanos, sérvios e croatas.

Para Sanja Bazina, conselheira de Dragan Covic, o membro croata da presidência, a visita do papa "é um acontecimento muito importante não só para os católicos da Bósnia (fundamentalmente a população croata), mas para todo o país".

"A presidência se prepara para que a visita seja um grande sucesso", acrescentou.

Izars Basic, chefe do gabinete do representante bósnio muçulmano, Bakir Izatbegovic, na chefia do Estado, expressou "a alegria" que sentem pela visita do papa a Sarajevo e considerou que é "uma oportunidade de mostrar a Bósnia atual ao mundo".

A previsão é que o pontífice se reúna com os membros da presidência bósnia, segundo disse a um grupo de jornalistas que visitam Sarajevo Goran Mirascic, conselheiro do primeiro-ministro da Federação da Bósnia-Herzegovina, Fadil Novalic.

O ato principal será a missa no estádio, após o que almoçará com os bispos bósnios e depois terá um encontro para o qual foram convidados representantes de todas as religiões presentes no país.

O papa visitará a capital da Bósnia-Herzegovina apenas cinco dias antes que o país lembre o 20º aniversário de uma das maiores atrocidades cometidas na Europa nas últimas décadas, o massacre de Srebrenica, no qual mais de 8.000 homens mulçumanos foram assassinados pelas tropas servo-bósnias e enterrados em valas comuns.

Por esse massacre, ocorrido em 11 de julho de 1995 quando a população de Srebrenica estava sob proteção de boinas azuis da ONU, estão sendo julgados por genocídio no Tribunal Internacional de Haia para a antiga Iugoslávia (TPII) o então chefe militar servo-bósnio Ratko Mladic e o líder político Radovan Karadziz.

Para a ocasião as autoridades bósnias preparam uma grande cerimônia na qual espera-se a participação de várias personalidades mundiais.

Francisco chegará a Sarajevo cinco dias antes e desembarcará em uma cidade de maioria muçulmana na qual várias mesquitas se destacam no horizonte da capital, que há 20 anos sofreu um cerca de 1.425 dias das tropas servo-bósnias e o terror imposto pelos franco-atiradores das colinas que a rodeiam.

Segundo dados das autoridades bósnias, 11.500 pessoas morreram, entre elas 1.600 crianças, e outras 50.000 ficaram feridas.

O Vaticano destacou que em uma região na qual se viveram momentos dramáticos da história europeia e onde agora convivem pacificamente diferentes etnias e religiões se pode lançar com força "a mensagem de convivência harmônica, paz, reconciliação e construção do futuro".

O pontífice foi convidado pela presidência da Bósnia-Herzegovina por ocasião de outra data importante para o país: o centenário do começo da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), desencadeada pelo assassinato do herdeiro do trono austro-húngaro Francisco Ferdinando em 28 de junho de 1914, em Sarajevo, em um atentado cometido pelo sérvio Gavrilo Princip.

Antes de Francisco, a Bósnia já havia recebido a visita de um papa em duas ocasiões, em abril de 1997 e em junho de 2003 - em ambas o pontífice era João Paulo II.

EFE   
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