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Europa

Rússia vetará resolução da ONU pedindo renúncia de Assad

27 jan 2012 - 14h30
(atualizado às 14h42)
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A Rússia anunciou nesta sexta-feira que vetará no Conselho de Segurança da ONU o projeto de resolução árabe sobre a Síria que pede a renúncia do presidente desse país, Bashar al-Assad.

"Não podemos apoiar nenhuma resolução que inclua a chamada a apoiar a saída de Assad de seu posto", declarou Gennady Gatílov, vice-ministro de Relações Exteriores russo, à agência Interfax.

O diplomata ressaltou que "qualquer decisão sobre o futuro político na Síria deve ser adotada durante um processo incondicional prévio e demandar a renúncia de Assad é uma dessas condições prévias". "Este projeto foi preparado inicialmente pelos franceses, e agora cedem a iniciativa os países árabes, em particular Marrocos, que vai enviar esse projeto ao Conselho de Segurança", apontou.

Gatílov lamentou também que o projeto também não descarte uma possível intervenção militar e insista na adoção de sanções contra o regime de Assad. "Tudo é possível. Mas este é um projeto condenado ao fracasso, já que nossa opinião e a de nossos parceiros chineses já foi expressada com clareza", ressaltou.

O vice-ministro destacou a postura russa que qualquer resolução sobre a Síria deve pedir "não só ao governo sírio, mas também à oposição, que cesse a violência e inicie um diálogo nacional incondicional prévio".

O projeto de resolução prevê uma "transição política rumo a um sistema político plural e democrático (...), através da transferência de poder do presidente e eleições livres e transparentes".

A Rússia, que acusa os EUA de querer aplicar na Síria o roteiro líbio - sanções internacionais, embargo aéreo, intervenção militar ocidental e mudança de regime -, já vetou em outubro junto com a China um projeto europeu de condenação a Damasco pela repressão violenta das manifestações opositoras.

Segundo informou esta semana a imprensa russa, Moscou fornecerá à Síria 36 aviões de instrução de combate Yak-130 em virtude de um contrato assinado em dezembro do ano passado.

Em dezembro, a Rússia já confirmou a provisão a Damasco de sistemas móveis lança-mísseis litorâneos e mísseis de cruzeiro Yakhont, segundo um contrato selado em 2007.

Tanto Israel como os EUA consideram que esses mísseis supersônicos de até 300 quilômetros de alcance representam uma ameaça para seus navios no Mediterrâneo.

EFE   
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