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Europa

Rússia trava batalha para defender áreas nucleares de incêndios

10 ago 2010 - 11h26
(atualizado às 12h28)
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A Rússia trava uma dura batalha para impedir que os incêndios florestais que há duas semanas devastam o país alcancem as áreas nucleares e encara com preocupação a nuvem de fumaça tóxica que cobre Moscou.

Barco de passeio navega por canal de Moscou sob densa fumaça causada por incêndios florestais
Barco de passeio navega por canal de Moscou sob densa fumaça causada por incêndios florestais
Foto: AFP

Dois membros das Forças Armadas russas morreram na segunda-feira enquanto lutavam contra a névoa que ameaçava o maior centro de pesquisas nuclear em Sarov, região central de Nizhni Novgorod, onde foi produzida a primeira bomba nuclear soviética.

"Um árvore em chamas caiu sobre o soldado. Ele morreu de traumatismo cerebral quando estava a caminho do hospital", informou o porta-voz do ministério da Defesa, citado pela agência de notícias Interfax.

Os funcionários também informaram sobre um foco de incêndio perto do povoado de Snezhinsk, nos Urais, onde se encontra um dos prncipais centros de pesquisa nuclear.

Depois de duas semanas de incêndios florestais que mataram 52 pessoas e destruíram parte de um depósito militar, as autoridades afirmaram progredir na batalha contra o fogo que já arrasou 174.035 hectares do território russo.

"Pode-se observar uma dinâmica positiva na extinção dos incêndios", declarou o chefe da unidade de crise do ministério das Situações de Emergência, Vladimir Stepanov.

O ministério informou que nas últimas 24 horas foram detectados 247 focos de incêndios, apagados 239 e 557 continuam ativos.

Os Estados Unidos anunciaram na segunda-feira que uma equipe de resgate enviada à Rússia já chegou a Moscou para ajudar a combater os incêndios.

"Já ocorreram as primeiras reuniões com os especialistas russos em incêndios para determinar a melhor forma de colaboração", explicou em Washington o porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley.

O Escritório de Assistência a Desastres no Exterior enviou uma equipe de socorro depois que a secretária de Estado, Hillary Clinton, ofereceu na sexta-feira a seu colega russo, Serguei Lavrov, "assistência para lidar com os terríveis incêndios".

As chamas devoram há semanas as florestas russas e a fumaça, somada à onda de calor sem precedentes que afeta o oeste da Rússia, tornou o ar de Moscou irrespirável.

A mortalidade passou de menos de 400 pessoas diárias a 700 na capital russa, onde a concentração de monóxido de carbono triplicou na segunda-feira ao limite previsto pelas normas de segurança, segundo fontes oficiais.

Segundo as emissoras locais, depois de Moscou, a fumaça atingiu a segunda maior cidade russa, São Petesburgo, e a principal cidade da região dos Montes Urais, Yekaterinburg.

O diretor do serviço de meteorologia russa, Alexander Frolov, disse que a onda de calor é a mais grave em mil anos de história.

Mais de 104.000 pessoas - um número recorde para o ano - deixaram Moscou no domingo de avião, informou o porta-voz da agência de aviação civil russa, Rosaviatsia, Sergei Izvolsky, à AFP.

O número para o mesmo dia um ano atrás era de 70 mil pessoas.

Muitos dos que ficaram na cidade colocaram máscaras para se proteger da névoa, enquanto a imprensa local acusa as autoridades de não divulgar o real nível do desastre ambiental e das mortes causadas pela onda de calor.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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