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Europa

Rússia rejeita estabelecer zona de exclusão aérea sobre a Líbia

1 mar 2011 - 09h12
(atualizado às 09h37)
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O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, se posicionou nesta terça-feira contra a ideia de estabelecer uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia como forma de acabar com a repressão do regime contra a população.

info infográfico líbia infromações sobre o país
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Foto: AFP

Em entrevista coletiva concedida em Genebra, o chefe da diplomacia russa assinalou que qualquer nova medida a ser adotada contra o regime do líder líbio, Muammar Kadafi, deve passar pelo Conselho de Segurança da ONU.

"Na reunião que mantive ontem com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, não se tratou de nenhuma maneira da zona de exclusão aérea", afirmou Lavrov aos jornalistas.

"Qualquer nova medida contra o regime líbio deve passar pelo Conselho de Segurança", acrescentou, "e até agora essa proposta não foi colocada".

Lavrov disse que a comunidade internacional deve se concentrar em aplicar as sanções que já foram aprovadas no sábado, como o congelamento dos bens de Kadafi e o embargo de armas à Líbia.

Diversos países europeus, assim como os Estados Unidos, levantaram a possibilidade de criar uma zona de exclusão aérea para evitar que o líder líbio bombardeie os insurgentes, assim como para impedir a chegada de mercenários ao país.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta do que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que Força Aérea líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.

Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renuncioue pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbiostambém pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.

EFE   
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