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Europa

Rússia recorda com orgulho os 70 anos da batalha de Stalingrado

2 fev 2013 - 14h58
(atualizado às 15h08)
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A Rússia recorda neste sábado com orgulho os 70 anos da vitória soviética na batalha de Stalingrado, primeira derrota alemã na Segunda Guerra Mundial, glorificada pelos russos como o acontecimento que salvou a Europa do nazismo.

Para a ocasião, Volgogrado recuperou inclusive o antigo nome de Stalingrado. A cidade às margens do Volga está repleta de bandeiras e faixas em homenagem aos heróis e vencedores da batalha.

Milhares de pessoas de todas as gerações se reuniram no centro da cidade para acompanhar um desfile militar em memória do Exército Vermelho.

Representantes do governo e membros do Partido Comunista, atualmente na oposição, depositaram coroas de flores e cravos vermelhos diante da chama do Soldado Desconhecido.

Diante deles, no meio da multidão, uma faixa tinha a frase: "Obrigado pela vitória".

"Lembro de meus amigos que morreram aqui", contou à AFP Piotr Shabarov, de 89 anos, que participou da batalha. Atualmente ele vive em Veliki Novgorod, noroeste da Rússia, mas retornou à cidade da batalha para as cerimônias.

Em pleno renascimento do patriotismo russo, as autoridades celebram com toda pompa os 70 anos da vitória de 2 de fevereiro de 1943 do Exército Vermelho, em uma decisiva e sangrenta batalha que mudou o curso da guerra.

"Devemos fazer todo o possível para preservar a memória e a verdade sobre a batalha de Stalingrado", afirmou o presidente russo Vladimir Putin.

"Devemos ser contrários às tentativas de deformar o que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial, que ocultam de maneira desavergonhada as proezas daqueles que libertaram o mundo", disse na sexta-feira.

"A batalha de Stalingrado é o símbolo mais resplandecente da Grande Guerra patriótica [como a Segunda Guerra Mundial é chamada na Rússia], a guerra segue viva na memória das pessoas que sobreviveram e em seus familiares", afirmou o historiador Vitali Dymarski.

Em 2 de fevereiro de 1943 as tropas do marechal alemão Friedrich von Paulus capitularam, cercadas pelo Exército Vermelho após uma batalha extremamente violenta iniciada em julho de 1942 nesta cidade às margens do Volga, passagem essencial para o Cáucaso e seus ricos recursos petroleiros.

Foi a primeira rendição do exército nazista desde o início da guerra e mudou o curso da disputa, tanto no plano estratégico como no psicológico, em uma União Soviética desmoralizada até então por várias grandes derrotas.

Mas também foi uma das batalhas mais sangrentas da história.

Devastada desde o início por bombardeios aéreos alemães, Stalingrado foi o cenário de mais de seis meses de combates de rua muito violentos entre as tropas nazistas e os soldados e civis soviéticos, que receberam de Stalin a ordem "Nem um passo atrás!". Durante este período, os combatentes também tiveram que lutar contra outros dois inimigos: o inverno russo e a fome.

No total, a batalha matou quase dois milhões de pessoas dois lados, segundo os números oficiais russos.

Chamada de Zaritsina no período imperial, a cidade foi rebatizada com o nome do líder soviético Stalin em 1925, antes de virar, em 1961, Volgogrado (em referência ao rio Volga) durante o período de revisão da era Stalin promovido por Nikita Krushchev.

Mas a decisão de voltar a chamar a localidade de Stalingrado provisoriamente durante as cerimônias de 70 anos provoca debates.

"O papel de Stalin durante a guerra é supervalorizado, era um sanguinário", declarou à AFP Larissa, uma aposentada que vive na cidade e chamou de "bobagem" a mudança de nome.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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