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Europa

Rússia: "exército" continua batalha contra incêndios

5 ago 2010 - 10h45
(atualizado às 11h10)
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Um Exército de bombeiros, militares e voluntários continua nesta quinta-feira na Rússia a luta contra os incêndios florestais, enquanto aumentam as críticas pela precariedade dos sistemas de prevenção e a lentidão com a qual reagiram algumas autoridades diante da emergência.

A situação mais grave é registrada nas regiões de Riazan e Nizhni Novgorod, na parte europeia de país, onde nesta quinta-feira o Ministério para Situação de Emergência reforçou o contingente de combate aos incêndios, que devastaram mais de 700 mil hectares de florestas em todo o país.

O anúncio foi feito pelo chefe do centro de gestão de crise do Ministério de Emergência, Vladimir Stepanov, quem destacou que ontem nenhuma localidade foi atingida pelos incêndios florestais.

Conforme boletim de Emergência, nas últimas 24 horas 373 novos focos de incêndios foram identificados, dos quais 254 foram combatidos, por isso que às 6h de Moscou (23h de quarta-feira) havia no país 589 fogos ativos em uma superfície de 195 mil hectares.

Os números oficiais mostram uma redução do número de incêndios, já que na véspera nessa mesma hora 520 eram identificados, mas não uma redução da área castigada pelo fogo.

As autoridades russas informaram hoje que o número de vítimas fatais causadas pelos incêndios florestais subiu para 50, após a morte de um ferido em um hospital e a localização de um corpo durante os trabalhos de remoção de escombros de casas queimadas na semana passada.

Cerca de 300 habitantes da região de Vladimir, uma das sete em estado de emergência por causa dos incêndios florestais, assinaram uma carta aberta ao presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, para exigir a destituição de seu governador, Nikolai Vinogradov.

"O chefe da região está de férias enquanto dezenas de hectares ardem pelos incêndios", assinala a carta, reproduzida hoje pelo jornal Kommersant.

O mesmo chefe do Kremlin interrompeu ontem seu descanso no Mar Negro para presidir uma reunião do Conselho de Segurança da Presidência na qual pediu reforços na proteção das instalações estratégicas do país.

Medvedev destituiu altos cargos da Marinha pelo incêndio que na semana passada arrasou inúmeras instalações e armazéns de uma base naval situada em Kolomna, nos arredores de Moscou.

Além disso, advertiu que, uma vez os incêndios florestais sejam combatidos, pedirá esclarecimentos aos governadores e ao Governo pelas suas atuações durante a emergência.

Segundo o jornal digital "Gazeta.ru", uma das principais causas da pouca efetividade da luta contra os incêndios florestais é a imperfeição da lei, pois praticamente não existe um serviço responsável pela segurança das florestas em nível federal.

Antes da entrada em vigor em 2007 da nova lei florestal, a prevenção de incêndios era feita pelos guardas florestais.

"Foram eliminados mais de 70 mil postos de guardas florestais.

Agora, não há ninguém encarregada da vigilância das florestas, só funcionários em seus escritórios", disse a Efe Alexei Yaroshenko, analista do Greenpeace.

Enquanto isso, os incêndios florestais se propagaram para nove parques nacionais em três dos oito distritos federais da Rússia: Centro, Volga e Urais.

Os mais graves, segundo o departamento local de proteção, ocorrem na região de Riazan, onde 10 hectares de florestas protegidas queimam.

O chefe do Serviço Epidemiológico russo, Gennady Onishchenko, declarou hoje que se a situação não melhorar, não deveria descartar-se inclusive o adiamento do ano letivo, que tradicionalmente começa em 1º de setembro.

Nas últimas 24 horas 1,7 mil crianças foram evacuadas de acampamentos de verão situados na região de Nizhni Novgorod, outra região em estado de emergência.

As autoridades informaram que a Itália enviou hoje dois aviões Canadair e um P-180, com tripulações de substituição, que se somarão à extinção dos fogos.

A porta-voz de Emergência, Irina Andrianova, explicou que, além da Itália, a Rússia recebe ajuda da Ucrânia, Belarus, Armênia e Azerbaijão.

Acrescentou que o Cazaquistão, Alemanha, Bulgária e Polônia também ofereceram apoio à Rússia na luta contra os incêndios florestais.

"Estamos dispostos a receber assistência de nossos colegas estrangeiros", disse Andrianova, citada pela agência Interfax.

EFE   
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