PUBLICIDADE

Europa

Rússia: nuvem de fumaça atrasa voos em Moscou

8 ago 2010 - 11h42
(atualizado às 12h06)
Compartilhar

Dezenas de voos estão atrasados e a preocupação com a saúde pública aumenta, neste domingo, em Moscou, em razão da fumaça causada por incêndios florestais.

Avião segue parado no aeroporto de Moscou devido à nevoa que atinge a cidade
Avião segue parado no aeroporto de Moscou devido à nevoa que atinge a cidade
Foto: Reuters

Prédios famosos da capital russa, das torres do Kremlin aos arranha-céus da era stalinista, continuam invisíveis. O ar poluído e irrespirável dos últimos dias não parece dissipar.

Os motoristas circulam com os faróis acesos durante o dia e, segundo a televisão estatal, perturbações foram constatadas no aeroporto internacional Domodedovo, onde cerca de 2 mil passageiros estão bloqueados.

Domodedovo, ao sul de Moscou, foi o aeroporto mais afetado pelo nevoeiro ocre, com dezenas de decolagens atrasadas e apenas algumas autorizações de aterrissagem.

Um outro aeroporto internacional, Vnoukovo, a leste de Moscou, também apresenta atrasos, mas o impacto da nuvem de fumaça parece menos grave. Já o aeroporto de Cheremetievo, ao norte, quase não foi atingido, segundo as autoridades locais.

Neste domingo, os níveis de monóxido de carbono em Moscou são 2,8 vezes superiores ao normal, uma melhora considerável em comparação ao sábado (6,6 vezes), informou o serviço de acompanhamento da poluição Mosekomonitoring.

No entanto, inúmeros moscovitas continuam a cobrir o rosto. A Associação de Farmacêuticos Russos destacou que as máscaras ainda não estão em falta, mas um novo carregamento já foi comprado e está a caminho da capital.

Alguns habitantes que não suportaram o clima deixaram a Rússia. As agências de viagens rapidamente prepararam pacotes de estadias para os finais de semana no Egito, em Montenegro e na Turquia.

"Durante a semana passada, a demanda por bilhetes para deixar Moscou vendidos via internet aumentou 20%", informou à rádio Echo de Moscou, Irina Tourina, porta-voz da União Russa de Operadores de Turismo.

"Para este fim de semana, não há mais lugares nos voos para destinos balneários e restam pouquíssimos para o próximo final de semana", disse.

O prefeito de Moscou, Iouri Loujkov, 73 anos, que criou uma polêmica quando recusou interromper suas férias, garantindo que tinha "se machucado fazendo esportes", finalmente decidiu retornar à capital neste domingo, informou seu adjunto Vladimir Ressine à agência Interfax.

Os serviços meteorológicos russos não previram qualquer trégua para a onda de calor sem precedentes que atinge a Rússia há mais de um mês.

Cerca de 554 focos de incêndios continuam a consumir neste domingo 190,4 mil hectares, ou seja, 3,1 mil hectares a menos do que no dia anterior, precisou o Ministério das Situações de Urgência.

Segundo o relatório oficial, 52 pessoas morreram nos incêndios que devastaram vilas inteiras.

A preocupação persiste quanto a possibilidade das chamas atingirem o principal centro de pesquisas nucleares em Sarov, cidade fechada aos estrangeiros, mas dirigentes russos afirmam que a situação está sob controle e que os soldados posicionados no local serão liberados.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade