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Europa

Rússia diz que rebeldes lançaram foguete com armas químicas na Síria

Ministério das Relações Exteriores russo diz que ataque trata-se de sabotagem planejada contra o governo de Bashar al-Assad

21 ago 2013 - 12h25
(atualizado às 14h55)
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O ataque químico nos arredores de Damasco, que nesta quarta-feira matou pelo menos 1.300 pessoas, segundo a Coalizão Nacional Síria, foi lançado desde posições ocupadas pelos guerrilheiros da oposição, denunciou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Aleksandr Lukashevich.

"No começo da manhã de 21 de agosto, um foguete de fabricação artesanal, similar ao usado pelos terroristas em 19 de março em Jan al Asal e com uma substância química venenosa não identificada, foi lançado desde posições ocupadas por guerrilheiros", assinala um comunicado de Lukashévich.

O alto diplomata, citado pelas agências russas, ressaltou que as informações sobre o uso de armas químicas por parte do regime sírio do presidente Bashar al-Assad parecem um sabotagem planificada.

"Chama a atenção o fato de que os meios de comunicação regionais privados iniciaram em seguida, como se tivessem recebido uma ordem, um agressivo ataque informativo carregando toda a responsabilidade sobre a parte governamental", diz o comunicado.

Segundo Lukashévich, "tudo isto indica que enfrentamos de novo uma provocação planejada. É possível ver que o ataque criminoso às imediações de Damasco foi perpetrado justo no momento em que a missão de especialistas da ONU iniciou com sucesso seu trabalho" no terreno para investigar três possíveis casos de uso de armas químicas.

Provocação e boato

Mais cedo, outras autoridades russas haviam falado sobre o assunto, considerando a denúncia de utilização de armas armas químicas por parte das autoridades sírias uma provocação, ou ainda, um mero boato.

"Tudo isso nos faz pensar que estamos de novo diante de uma provocação planejada de antemão", indicou o ministério russo das Relações Exteriores em um comunicado.

Mulher que, segundo a oposição, foi morta em ataque com gases tóxicos
Mulher que, segundo a oposição, foi morta em ataque com gases tóxicos
Foto: AFP

Já o vice-presidente do Comitê de Relações Exteriores da Duma (Câmara dos Deputados) russa tachou as informações de boatos. "Não acredito absolutamente nesse novo boato. Se foram realmente utilizadas armas químicas, isso parece mais o estilo dos rebeldes", disse Leonid Kaláshnikov, citado pela agência Interfax.

Kaláshnikov acrescentou que as tropas do regime sírio não estão interessadas em provocar "forças externas" e "não precisam dar pretexto para uma intervenção exterior".

Kaláshnikov se mostrou irônico pela reação do Ocidente ao suposto uso de armas químicas e acrescentou: "Não é a primeira tentativa do Ocidente em relação à Síria. Na realidade, já é um velho truque que foi provado no Iraque".

O comando geral do exército sírio, por sua vez, declarou hoje que as acusações de que usou supostamente armas químicas na periferia de Damasco são "categoricamente falsas" e as atribuiu à propaganda da oposição.

A oposição síria denunciou que no suposto ataque morreram cerca de 1.300 pessoas e que o regime de Bashar al Assad restringe o movimento da missão de investigação da ONU que chegou a território sírio há três dias.

Com informações das agências Reuters e EFE

Fonte: Terra
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