Reino Unido assina acordo com Jordânia para deportar clérigo
O Reino Unido assinou um acordo com a Jordânia para conseguir a deportação do clérigo islâmico Abu Qatada, que está há anos tentando expulsar, informou nesta quarta-feira a ministra britânica de Interior, Theresa May.
Qatada, requerido pela Jordânia por diversos crimes de terrorismo, é considerado pelo governo britânico uma ameaça à segurança nacional.
Em um pronunciamento na Câmara dos Comuns, a ministra disse que o novo acordo com a Jordânia oferece "garantias" de que as provas obtidas sob tortura não serão utilizadas contra o clérigo em um julgamento no país.
Na opinião de May, o acordo, que deverá ser aprovado pelos Parlamentos da Jordânia e o Reino Unido, dará ao governo a "oportunidade de ter êxito" em seu objetivo de deportar a Qatada.
O governo britânico já havia anunciado ontem que pedirá permissão diretamente ao Supremo Tribunal, instância judicial máxima do Reino Unido, para recorrer no caso de Abu Qatada.
A permissão não havia sido dada por instâncias judiciais inferiores, já que os juízes consideraram que não havia garantias suficientes de que será julgado justamente se for enviado à Jordânia.
A decisão foi revelada depois que o Tribunal de Apelação rejeitou ontem conceder ao governo a autorização para apresentar um recurso perante o mais alto tribunal do país.
No entanto, o Supremo deverá decidir se aceita a apelação do governo.
O caso de Qatada chegou até os tribunais superiores após uma série de processos legais, com diversos recursos, como parte do objetivo do governo de deportá-lo.
O governo de Londres está há quase uma década tentando sem sucesso expulsar Qatada à Jordânia, seu país natal, onde é reivindicado para continuar a ser processado por crimes de terrorismo pelos quais já foi condenado em 1999.