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Papa Francisco

Segredo, gaivotas e fumaça branca: confira 10 momentos do Conclave

14 mar 2013 - 11h39
(atualizado às 14h54)
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Por pouco mais de 36 horas, as atenções do mundo se voltaram para os passos dos 115 cardeais responsáveis por eleger o novo papa da Igreja Católica. Ao redor do mundo, 1,2 bilhão de católicos aguardavam para saber quem seria o seu novo líder. Outros tantos sem qualquer ligação nutriam a curiosidade pelo suspense da então misteriosa procedência de figura tão destacada. Nos dias que antecederam, televisões, jornais, rádios e sites incessantemente vinham construindo o clima para os eventos que se seguiriam: 115 cardeais trancados numa sala para votar, quantas vezes fosse necessário, no tempo que fosse necessário, até que ao menos 77 deles (dois terços) chegassem a um consenso sobre qual daqueles distintos senhores era o mais adequado para guiar os rumos de sua fé. 

<p>O cardeal brasileiro Dom Odilo Scherer chega do Vaticano na manhã de terça</p>
O cardeal brasileiro Dom Odilo Scherer chega do Vaticano na manhã de terça
Foto: Mário Camera / Especial para Terra

Do início da manhã de terça-feira, quando realizaram uma missa na Basílica de São Pedro, até o início da noite de quarta-feira, quando a fumaça branca anunciou que havia em um novo papa e, em seguida, que ele era o argentino Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, os cardeais viraram o centro da atenção mundial. Confira a seguir os dez melhores momentos do Conclave:

Momento 1: Após os dias de deliberação e reuniões que seguiram a saída oficial do cargo do agora Papa Emérito Bento XVI, os 115 cardeais eleitores se mudaram para a Casa Santa Marta, no Vaticano, por volta das 7h (3h de Brasília), local que deveriam ocupar até um deles fosse escolhido papa. A chegada marcou o início do período de silêncio absoluto dos religiosos em relação aos assuntos do Conclave. Mesmo aqueles que mantiveram algum tipo de contato com a imprensa, não foram além de algumas palavras sem qualquer relação com a eleição.

Foto: AFP

Momento 2: A primeira atividade oficial do protocolo do Conclave papal é tradicionalmente a missa Pro Eligendo Romano Pontifice na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Com a participação dos 115 cardeais eleitores, a celebração começou a ser realizada às 10h (6h) de terça-feira, sob o comando do decano do Colégio dos Cardeais, o italiano Angelo Sodano. Na missa, Sodano, que não participou da escolha por já ter passado dos 80 anos, pediu que Deus desse a Igreja Católica mais um "bom pastor" e que o novo papa desse sua vida pelos outros.

<p>Cardeal presta juramento</p>
Cardeal presta juramento
Foto: EFE

Momento 3: A etapa seguinte foi marcada pela procissão em fila dos cardeais eleitores da Capela Paulina para a Capela Sistina, onde o Conclave é realizado. Orando e invocando nomes de santos, eles percorreram o corredor que separa os dois recintos sob as câmeras atentas da TV do Vaticano, que era retransmitida para todo o mundo. Ao chegar à capela, cada cardeal sentou-se em um local previamente designado e, em seguida, iniciaram uma nova procissão para que, um por um, jurassem diante de um livro colocado no centro da capela manter segredo absoluto sobre qualquer fato ligado à eleição.

<p>MonsenhorGuido Marini fecha portas da Capela Sistina</p>
MonsenhorGuido Marini fecha portas da Capela Sistina
Foto: EFE

Momento 4: Após o último dos cardeais prestar o juramento, o monsenhor Guido Marini, mestre de cerimônias litúrgicas do Conclave, emitiu em voz alta a ordem Extra Omnes, ordem que em latim significa que todos os estranhos devem deixar o recinto, permanecendo dentro da Capela Sistina apenas os cardeais eleitores e os funcionários da Santa Sé essenciais à votação, como o próprio Marini. O monsenhor foi responsável, por volta das 17h30 (13h30), por fechar as grandes portas da capela, ato que oficialmente isolou os cardeais de qualquer contato com o exterior e deu a partida para uma longa expectativa sobre cada passo tomado fora das câmeras por eles. 

<p>Primeira fumaça negra do Conclave</p>
Primeira fumaça negra do Conclave
Foto: Reuters

Momento 5: A partir do fechamento das portas, os olhos do mundo voltaram-se a chaminé da Capela Sistina. De acordo com a tradição dos Conclaves, as únicas notícias sobre a votação são dadas através de sinais de fumaça, preta para o caso de escrutínio não conclusivo, e branca para o caso de um papa ser eleito. No entanto, como as regras da eleição são flexíveis aos desejos dos próprios cardeais eleitores, não se sabia se o primeiro dia traria algum tipo de resposta para as milhares de pessoas que já se reuniam na Praça São Pedro para aguardar algum anúncio e para os milhões assistindo de casa. Às 19h42 (15h42), enfim a expectativa chegou ao fim quando uma fumaça negra - sem qualquer dúvida sobre sua tonalidade - começou a sair da chaminé. O primeiro dia acabava sem que um papa fosse escolhido.

<p>Fumaça negra foi o primeiro sinal da manhã</p>
Fumaça negra foi o primeiro sinal da manhã
Foto: AP

Momento 6: Após uma noite de sono na Casa Santa Marta, os cardeais voltaram no início da manhã de quarta à Capela Sistina para mais uma rodada de deliberações e escrutínios. O protocolo indicava que duas sessões de votação deveriam ocorrer na parte da manhã e outras duas na parte da tarde. A fumaça, se negra, só deveria aparecer após o término de cada turno. Em caso de branca, poderia vir a qualquer hora. As horas foram passando com as câmeras preparadas, com foco no chaminé, e já se falava em televisões que a segunda votação ocorrera e ninguém fora eleito, sem que, no entanto, se soubesse qualquer coisa sobre os acontecimentos a portas fechadas. A confirmação para a falta de consenso veio por volta das 11h40 (7h40), quando a fumaça negra enfim saiu da chaminé, indicando que as duas votações do turno também não resultaram em um papa eleito. Seguiram um intervalo de almoço e descanso dos cardeais. 

<p>Uma gavota sai e outra toma conta do topo da chaminé</p>
Uma gavota sai e outra toma conta do topo da chaminé
Foto: Reuters

Momento 7: Com três votações na conta do Conclave, a expectativa crescia em torno da possibilidade da tarde de quarta-feira reservar o anúncio do líder da Igreja Católica. Milhares pessoas foram chegando e chegando à Praça São Pedro para acompanhar o Conclave. Ninguém queria perder nenhum detalhe. Porém, nada acontecia. Por horas, os telões montados no Vaticano para o público e emissoras de televisão mostraram a imagem da chaminé parada. A única ruptura no que se assemelhava a uma imagem congelada foi o aparecimento de um grupo de gaivotas. Primeiro, uma delas sobrevoou a chaminé e mansamente pousou em seu topo por um breve espaço de tempo, para em seguida levantar voo. O momento serviu para animar a multidão reunida no Vaticano. Para surpresa de todos, a ave, aparentemente a mesma, voltou minutos mais tarde e permaneceu por um longo período parada, levemente se balançando, no topo da chaminé. Houve, inclusive, uma espécie de troca de guarda, com uma gaivota sendo substituída por outra. Uma terceira e talvez uma quarta, perdeu-se a contagem, ainda teriam ocupado o cobiçado espaço, que o grupo só deixou com o cair da noite.

<p>Fumaça branca anuncia eleição do Papa</p>
Fumaça branca anuncia eleição do Papa
Foto: AP

Momento 8: Gaivotas à parte, o cair da noite em Roma indicava que uma quarta votação já havia sido realizada sem que um papa fosse eleito. Nesse momento, a Praça de São Pedro já estava praticamente toda tomada por fiéis, religiosos e turistas. Por volta das 19h05 (15h05), enfim a expectativa chegou ao fim. A tão esperada fumaça branca começava a ser expelida pela chaminé da Capela Sistina. Após cinco votações, a Igreja Católica tinha um novo líder. Só ainda não se sabia quem. 

<p>Sino anuncia a eleição do Papa</p>
Sino anuncia a eleição do Papa
Foto: AP

Momento 9: Seguiu-se um momento de grande emoção na Praça de São Pedro. A euforia tomou conta dos fiéis. Muitos vibraram, alguns choraram, e outros tantos entoaram cantos como "viva o Papa", uma ode ao líder que ainda não conheciam. A fumaça branca foi acompanhada pelo badalar dos sinos do Vaticano, e esses pelos sinos das igrejas de Roma. Os avisos da boa nova levaram milhares de pessoas mais a já lotada praça, fazendo com que cada milímetro acessível ao público do diminuto país estivesse tomado por pessoas. Uma banda oficial chegou a tocar o hino italiano, para a alegria dos ali presentes. Mas a espera pelo nome do novo papa seguia. 

<p>Sorridente, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, já com a batinal papal, se apresenta ao mundo como papa Francisco</p>
Sorridente, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, já com a batinal papal, se apresenta ao mundo como papa Francisco
Foto: Getty Images

Momento 10: Por volta das 20h14 (16h14), o cardeal protodiácono francês Jean-Louis Tauran apareceu no balcão central da Basílica de São Pedro, proferiu o tradicional Habemus Papam e anunciou o nome de Jorge Mario Bergoglio. Um argentino, que escolheu ser chamado de Francisco, o primeiro a adotar tal acunha. Nova vibração do público e correria da imprensa internacional. Quem era ele? Não estava entre os cotados. Francisco ou Francisco I? Alguns minutos depois, Bergoglio apareceu para saudar seus seguidores pela primeira vez. Bem-humorado, brincou que os cardeais foram buscar um papa "quase no fim do mundo". Pediu que os fiéis orassem pelo seu antecessor, o agora Papa Emérito Bento XVI, e conduziu um Pai Nosso rezado em uníssono pelos milhares na praça, e por outros tantos em casa. Papa Francisco deu a bênção Urbi et Orbi (para a cidade e para o mundo). O cerimonial do Conclave estava encerrado. Os cardeais podiam agora voltar para casa, menos Bergoglio, que tem novo endereço.

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Fonte: Terra
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