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Papa Francisco

Papa surpreenderá com reviravolta na Igreja, diz Leonardo Boff

17 mar 2013 - 07h31
(atualizado às 10h07)
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O ex-sacerdote brasileiro Leonardo Boff, um dos mais destacados representantes da chamada Teologia da Libertação, acredita que o papa Francisco surpreenderá muitos dando um reviravolta radical à Igreja.

<p><strong>16 de mar&ccedil;o -&nbsp;</strong>O papa Francisco recebe cuia de mate de uma jornalista durante encontro na sala Paulo VI, no Vaticano, na manh&atilde; deste s&aacute;bado. Na&nbsp;audi&ecirc;ncia com os profissionais da m&iacute;dia, Francisco contou que seu nome &eacute; uma homenagem a S&atilde;o Francisco de Assis e que foi inspirada por uma frase do cardeal brasileiro Cl&aacute;udio Hummes, que lhe disse para n&atilde;o se esquecer dos pobres logo ap&oacute;s a elei&ccedil;&atilde;o</p>
16 de março - O papa Francisco recebe cuia de mate de uma jornalista durante encontro na sala Paulo VI, no Vaticano, na manhã deste sábado. Na audiência com os profissionais da mídia, Francisco contou que seu nome é uma homenagem a São Francisco de Assis e que foi inspirada por uma frase do cardeal brasileiro Cláudio Hummes, que lhe disse para não se esquecer dos pobres logo após a eleição
Foto: Reuters

"Agora é Papa e pode fazer o que quiser. Muitos se surpreenderão com o que Francisco fará. Para isso, precisará de uma ruptura com as tradições, deixar para trás a Cúria corrupta do Vaticano para abrir passagem para uma Igreja universal", disse Boff em entrevista que será publicada na edição da próxima semana da revista alemã Der Spiegel.

O teólogo se disse muito satisfeito que o novo Papa, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, tenha assumido o nome de Francisco para seu pontificado. "Este nome é programático: Francisco de Assis representa uma Igreja dos pobres e dos oprimidos, responsabilidade perante o meio ambiente e rejeição ao luxo e a ostentação", acrescentou Boff, que pertence à Ordem dos Frades Menores, mais conhecidos como Franciscanos.

O estudioso disse também que, embora em muitos aspectos - como o referente aos anticoncepcionais, o celibato e o homossexualismo - Francisco tenha seguido uma linha conservadora como cardeal, isso se deveu apenas à pressão do Vaticano. Para ele, há elementos que indicam que o novo Pontífice é muito mais liberal.

"Há alguns meses, por exemplo, ele aprovou expressamente que um casal de homossexuais adotasse uma criança. Tem contato com sacerdotes que foram repudiados pela Igreja oficial por terem se casado. E, o mais importante, é que não se deixou separar de sua convicção que temos que estar do lado dos pobres", destacou.

Boff rejeita também as acusações que surgiram contra Francisco segundo as quais não deu suficiente apoio a dois jesuítas que foram presos durante a ditadura militar argentina.

"Conheço as acusações e acredito no que diz o Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, que como opositor ao regime militar esteve preso e foi torturado. Houve bispos que foram cúmplices da ditadura, mas Bergoglio não estava entre eles", opinou. "Até agora, não há indícios claros de um comportamento censurável. Pelo contrário, ele escondeu e salvou muitos sacerdotes perseguidos. Conheci Orlando Yorio, um dos jesuítas que dizem terem sido traídos por Bergoglio, e nunca fez a mim tais acusações", completou.

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EFE   
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