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Papa Francisco

Papa quer reforçar a colegialidade na organização da Igreja

13 jun 2013 - 10h46
(atualizado às 11h03)
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O Papa Francisco quer reforçar a colegialidade na Igreja e prevê a criação de um conselho permanente a partir da estrutura existente dos sínodos, e ressaltou nesta quinta-feira que tem trabalhado em estreita colaboração com os oito cardeais nomeados para reformar a Igreja.

Em uma conversa informal com os membros do Conselho Ordinário do Sínodo dos Bispos (que se reuniu em setembro/outubro, sobre o tema da Nova Evangelização), o Papa Francisco declarou que deseja construir um sólido apoio para governar sobre uma base "sinodal".

"É um grande desafio. Para avançarmos com a liberdade, precisamos da sinodalidade! Sigamos em frente, sem medo", recomendou, ao final da reunião, na qual deixou de lado seu discurso preparado com antecedência, e que foi transmitida no circuito interno do Vaticano.

"Encontremos uma forma de coordenação entre a sinodalidade e o bispado de Roma. Neste contexto, o papel do secretariado do sínodo é extremamente importante", acrescentou. O Conselho do Sínodo dos Bispos pode se tornar um "conselho permanente", sugeriu.

Referindo-se aos problemas da família no mundo moderno, ele perguntou: "a quem confiar um estudo sobre a pastoral da família?". Os oito cardeais "vão nos dizer", assegurou.

O Papa nomeou oito cardeais dos cinco continentes para aconselhar e também ajudar a reformar a Constituição "Pastor Bonus" sobre a organização da Cúria. Eles vão se reunir entre os dias 1 e 3 de outubro no Vaticano.

Muitos vaticanistas acreditam que a reforma que o Papa planeja constitui em modernizar "Pastor Bonus", sem revolucionar, e aplicar as recomendações da colegialidade previstas pelo Concílio Vaticano II (1962-1965), que caíram em desuso.

Alguns no Vaticano acreditam que este "G8" será um grupo meramente consultivo, que não competirá com a Secretaria de Estado. De qualquer forma, continua a ser um grupo informal, sem poder executivo, mas o Papa parece dar-lhe uma grande influência.

A Pastoral da Família poderia ser tratada sob a forma de "sínodo", indicou, ressaltando a importância que deve ser dada a questão.

Ele também mencionou algumas "práticas da medicina que vão contra a ecologia humana" e uma "laicidade que se tornou secularismo": questões sobre as quais a Igreja deve discutir, disse.

O Papa Francisco também anunciou que terminará de escrever uma encíclica sobre a fé, cujo "trabalho duro" já havia sido feito por Bento XVI, que lhe entregou para concluir.

Após este texto escrito a "quatro mãos", ele poderia escrever uma exortação apostólica sobre a evangelização, sugeriu.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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