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Papa Francisco

Papa nega ser de direita e se abre aos divorciados e gays

19 set 2013 - 14h25
(atualizado às 14h32)
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O Papa Francisco, em sua primeira entrevista publicada nesta quinta-feira, recomendou à Igreja a "acompanhar" os gays e divorciados "com misericórdia e a partir de suas condições de vida reais".

Em uma longa entrevista concedida em italiano à revista Civilta Cattolica, o Papa também explicou que nunca foi de direita, mas que sua "maneira autoritária de tomar decisões criou problemas" quando ainda era um jovem provincial (chefe) dos jesuítas em Buenos Aires.

"Minha maneira autoritária e rápida de tomar decisões me trouxeram problemas sérios e cheguei a ser acusado de ultraconservador. Teve um momento de grande crise interna quando estava em Córdoba. Certamente não fui como a beata Imelda, mas jamais fui de direita. Foi a minha maneira autoritária de tomar decisões que me criou problemas", reconheceu.

O Papa também falou sobre as reformas que a Igreja necessita passar e assegurou que considera urgente "curar feridas", "dar calor" e "acompanhas as pessoas a partir de sua condição", o que inclui os homossexuais e os divorciados.

"Em Buenos Aires recebia cartas de pessoas homossexuais que são verdadeiros 'feridos sociais', porque me diziam que sentiam que a Igreja os condenava. Mas a Igreja não quer isso", comentou Francisco.

"Não podemos continuar a insistir apenas em questões referentes ao aborto, ao casamento homossexual ou ao uso de anticoncepcionais", declarou ao abordar o tema.

"Temos que encontrar um novo equilíbrio, porque de outra maneira o edifício moral da Igreja corre o risco de cair como um castelo de cartas, de perder a frescura e o perfume do Evangelho", insistiu.

Na inédita entrevista ao jesuíta Antonio Spadaro, publicada simultaneamente em 16 revistas da Companhia de Jesus em todo o mundo, Francisco também falou do papel das mulheres dentro da Igreja.

"É necessário ampliar os espaços para uma presença feminina mais incisiva na Igreja", assegurou Francisco, que ressaltou que "o gênio feminino é necessário nos locais onde se tomam decisões importantes".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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