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Papa Francisco

Papa Francisco já impõe seu estilo no Vaticano

15 mar 2013 - 17h28
(atualizado às 17h37)
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Menos de 24 horas após aparecer na sacada da basílica de São Pedro com suas novas vestes brancas, o papa Francisco já está estabelecendo um novo estilo no Vaticano.

É um estilo de simplicidade, informalidade e devoção, que vem sendo relacionado ao famoso santo da cidade italiana de Assis que viveu no século 13 e agora empresta seu nome ao novo papa.

Depois que as últimas cédulas de votação foram contadas e queimadas, o papa Francisco recusou uma limusine blindada para retornar ao hotel Santa Marta, no Vaticano.

Ele preferiu fazer o trajeto em um ônibus com os outros cardeais. No jantar, fez uma brincadeira com os cardeais: "Que Deus vos perdoe pelo que fizeram".

Em seu próprio ritmo

Na manhã de sexta-feira, o papa Francisco saiu da Cidade do Vaticano em um comboio de veículos sem identificação para rezar em uma basílica romana.

No caminho de volta, ele insistiu em parar no hotel para clérigos no centro de Roma - onde ficou hospedado antes do conclave começar na última terça-feira - para pagar sua conta.

A segurança empregada durante o percurso foi mínima. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou que a Guarda Suíça e uma força policial de 150 homens têm o objetivo de servir o papa e não restringir seus movimentos.

"Ele fará suas coisas quando quiser e no seu ritmo", disse Lombardi.

Pelos primeiros movimentos depois de eleito, o papa Francisco parece determinado a lidar com os múltiplos problemas da Igreja de forma lenta e devota e não como um executivo que acabou de assumir a presidência de uma empresa multinacional.

Um fato inesperado é que o novo papa é um jesuíta, um membro de uma das mais poderosas e experientes ordens da Igreja Católica. O primeiro jesuíta a assumir o comando da Igreja.

Os jesuítas, missionários e educadores, são treinados para desenvolver o dom da comunicação.

Proximidade

Um fato que não deve passar despercebido é a presença do também jesuíta padre Lombardi - que, além de porta-voz, é chefe da assessoria de imprensa do Vaticano e da rádio Vaticano (há anos comandada por membros da ordem) -, entre os primeiros que foram chamados para uma audiência com o novo papa no quarto do hotel em que se hospedava o cardeal Bergoglio.

Durante o papado de Bento 16, o padre Lombardi foi um mero funcionário da cúria e não tinha acesso direto ao pontífice.

Ele não podia simplesmente pegar o telefone e ter uma conversa rápida com Bento 16 para resolver problemas menores. Recebia suas ordens da Secretaria de Estado do Vaticano e passava as informações devidas para imprensa. Tudo isso mudou da noite para o dia.

O papa Francisco já decidiu receber a imprensa internacional no sábado pela manhã para uma entrevista coletiva, à qual supostamente poderão comparecer os milhares de jornalistas estrangeiros que foram a Roma cobrir o conclave papal.

Isto pode ser considerado um sinal de que apenas orações não serão suficientes para lidar com o delicado momento por que passa a Igreja Católica.

Relações Públicas serão prioridade neste momento sensível de transição de liderança.

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