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Papa Francisco

Casas de apostas "têm sensibilidade" ao indicar Scherer, diz Dom Damasceno

10 mar 2013 - 11h21
(atualizado às 15h41)
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Cardeias brasileiros Odilo Scherer e Geraldo Majella Agnelo chegam juntos para reunião deste sábado
Cardeias brasileiros Odilo Scherer e Geraldo Majella Agnelo chegam juntos para reunião deste sábado
Foto: AP

Dom Raimundo Damasceno e outros cardeais vivem ansiedade pré-conclave no Colégio Pio Brasileiro, a "casa brasileira" em Roma. Odilo Scherer ou Angelo Scola? Esta é principal dúvida e aposta dos vaticanistas e das casas de apostas às vésperas do conclave que irá eleger o novo papa. Em conversa com a BBC Brasil, o cardeal de Aparecida (SP) foi questionado se as apostas estariam na direção certa. "Elas têm sensibilidade", disse, com um pequeno sorriso lacônico.

A partir de terça-feira, ele e outros quatro cardeais brasileiros estarão na Capela Sistina e escolher quem será o novo chefe da Igreja Católica. De lá só sairão para os aposentos na Casa de Santa Marta. E só falarão em público depois que subir a fumaça branca anunciando que um novo papa foi eleito. "É o momento mais importante da vida de um cardeal", disse.

O cardeal Raymundo Damasceno Assis em fotografia de 20 de novembro de 2010
O cardeal Raymundo Damasceno Assis em fotografia de 20 de novembro de 2010
Foto: AFP

Boa parte da ansiedade de Dom Raimundo se passa entre as paredes do Pontíficio Colégio Pio Brasileiro em Roma, onde o cardeal de Aparecida já havia vivido na juventude, quando estudava na capital italiana. Foi lá que ele trocou rápidas palavras com a BBC Brasil. "Acho que um papa latino americano seria uma benção. Especialmente um papa brasileiro. Mas um papa não se escolhe pela geografia, tem de ser pastor", diz. Sua declaração sobre os rumos do conclave, no entanto, foi dada longe das câmeras.

Às vésperas do Conclave, o edifício grandioso em uma grande chácara próxima ao centro de Roma tornou-se o endereço de três dos cinco cardeais brasileiros. Também estão lá dois outros ex-alunos, dom Geraldo Majella Agnelo, cardeal emérito de Salvador, e o papável dom Odilo Scherer, cardeal de São Paulo e um dos mais cotados para suceder o papa Bento XVI.

Futebol e conclave

O Colégio Pio Brasileiro começou a ser levantado em 1929 e abriga hoje em dia entre 90 e 100 sacerdotes que cursam mestrado e doutorado na capital italiana. A maiora é formada por brasileiros, com alguns latino-americanos e outros de países de língua portuguesa na África.

Na recepção do colégio, alguns padres alunos comentam sobre o jogo de futebol que ocorreria no domingo. O time brasileiro está na semifinal do campeonato entre padres de colégios de outros países. Mas um dos assuntos recorrentes por lá é a eleição do novo papa. Especialmente porque, neste momento, três cardeais que votam - e que poderiam ser eleitos, em teoria - são hóspedes do colégio.

O padre João Roque Rohr, de 74 anos, catarinense de Itapiranga é o reitor. É ele quem conduz a visita e conta que os padres estão, sim, ansiosos. "Os padres acompanham tudo pela internet e estão ansiosos pela possibilidade de um papa brasileiro. A questão não é a geografia, mas é claro que seria muito especial ter um papa brasileiro", diz.

Casa brasileira

Enquanto conduz a visita, padre João conta que um dos cardeais, Dom Geraldo Majella Agnelo, está para deixar o colégio para uma missa. Aguardamos a saída quase solene do cardeal, vestido com a batina preta e os adereços vermelhos. Ele se resume a dar uma saudação e dizer que está feliz. "Que o senhor nos abençõe", diz. O resto é silêncio pré-conclave.

O único que não aparece pelos corredores é o papável dom Odilo Scherer. "Ele anda ocupado", diz, com um sorriso entre os lábios, o reitor do colégio, não escondendo a torcida. "Eles pouco falam do Conclave. Comentam da supresa pela renúncia de Bento XVI, falam das ilações da imprensa, mas não citam nomes. São reservados", diz. "Mas são gente simples", conta padre João, já mostrando o refeitório. "Eles sentam aqui, junto com os outros padres".

Cardápio especial para o cardeais? "Que nada", responde o reitor. "Eles comem tudo o que temos aqui. Temos comida italiana, mas também temos arroz e feijão. É uma casa brasileira, né", diz.

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