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Papa Francisco

Argentino Jorge Mario Bergoglio é primeiro Papa latino-americano

13 mar 2013 - 17h13
(atualizado às 17h37)
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O cardeal jesuíta argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito Papa esta quarta-feira e escolheu o nome de Francisco I, tornando-se, assim o primeiro pontífice latino-americano depois de um conclave que se reuniu para escolher o novo líder dos 1,2 bilhão de católicos do mundo.

O cardeal conservador, prestes a fazer 76 anos, surgiu na sacada da Basílica de São Pedro após o anúncio "Habemus Papam!" ("Temos um Papa!"), enquanto dezenas de milhares de peregrinos escalavam as grades e caíam em prantos, levados pela emoção após vigílias de oração celebradas em todo o mundo.

Em suas primeiras palavras, Francisco I brincou com a multidão, afirmando que os bispos tinham ido buscá-lo "no fim do mundo".

Já com um tom mais sério, fez um apelo para que os católicos "sigam um caminho de fraternidade, de amor" e de "evangelização" e homenageou Bento XVI, que renunciou ao posto no dia 28 de fevereiro, em um gesto sem precedentes em sete séculos.

Antes de se despedir, pediu às dezenas de milhares de fiéis, turistas e curiosos presentes um "minuto de silêncio".

Pouco antes do anúncio do novo Papa, seguindo o ritual, a fumaça branca emanou da chaminé da Capela Sistina e os sinos da Basílica de São Pedro dobraram, indicando que uma eleição tinha sido feita após cinco rodadas de votação do Vaticano, uma a mais do que Bento XVI foi escolhido, em 2005.

Bergoglio é o primeiro jesuíta a se tornar Papa e acredita-se ter estado entre os favoritos no conclave de 2005.

Aos primeiros sinais da fumaça branca, a multidão gritou "Vida Longa ao Papa!", com peregrinos com terços nas mãos e agitando bandeiras na praça, enquanto a imagem da pequena chaminé de cobre era projetada em quatro telões.

Bergoglio, o primeiro Papa jesuíta e o 266º da Igreja Católica, retirou-se para um recinto conhecido "Quarto das Lágrimas", imediatamente após a indicação para vestir os trajes papais e então rezou na Capela Paulina.

Os sinos dobraram nas igrejas da Itália para celebrar o anúncio e os moradores de Roma poderiam ser vistos correndo em direção à praça do Vaticano, do século XVII, correndo de suas casas e de cafés próximos para chegar à praça a tempo.

Os cardeais ficaram trancados atrás dos muros do Vaticano sem qualquer comunicação com o mundo exterior desde a terça-feira, reunidos na sublime capela renascentista, previamente rastreada em busca de dispositivos de gravação e que tiveram codificadores instalados para evitar qualquer tipo de comunicação.

A eleição histórica depois da nomeação abrupta de Bento XVI, no mês passado, foi acompanhada em todo o mundo por emissoras de televisão, assim como pelas mídias sociais e aplicativos de telefones celulares inteligentes, pois este foi o primeiro conclave acompanhado pelo Twitter.

"Eu não pensei que choraria, mas acho que a adrenalina tomou conta de mim!", disse Rebecca Hine, uma estudante do Canadá, que aguardou por dois dias debaixo de chuva pelo anúncio.

"Estou muito feliz!", disse, entre lágrimas, Veronica, uma religiosa de Botsuana. "Estou tão emocionada que mal consigo falar!", completou.

Sem fôlego, Ruud, uma turista holandesa de 31 anos, afirmou: "Estávamos jantando aqui perto e ouvimos um barulho, então corremos para cá para ver por nós mesmos".

O papado de oito anos de Bento XVI foi marcado por escândalos e o novo Papa enfrentará desafios imediatos, como marcar sua autoridade na estrutura do Vaticano e tentar trazer de volta os fiéis católicos que abandonaram as igrejas em todo o Ocidente.

O estilo de Bento XVI era visto com frequência como muito acadêmico e ele nunca foi tão popular quanto seu antecessor João Paulo II. Muitos cardeais pediram que o novo Papa fosse um comunicador melhor, capaz de atingir os jovens.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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