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Europa

Putin diz que Snowden pode sentir-se seguro na Rússia

4 set 2013 - 12h13
(atualizado às 12h21)
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O presidente russo, Vladimir Putin, descreveu o ex-prestador de serviço de uma agência de inteligência dos EUA Edward Snowden, procurado pelos EUA sob acusação de espionagem, como um "cara estranho", mas disse que ele pode descansar tranquilo pois não será entregue às autoridades norte-americanas.

O ex-prestador de serviços de uma agência espiã dos EUA Edward Snowden é visto neste retrato estampado em seus documentos de refugiado, concedidos pela Rússia, nesta fotografia tirada durante uma coletiva de imprensa em Moscou. O presidente russo, Vladimir Putin, descreveu Snowden, procurado pelos EUA sob acusação de espionagem, como um "cara estranho", mas disse que ele pode descansar tranquilo pois não será entregue às autoridades norte-americanas. 1/08/2013.
O ex-prestador de serviços de uma agência espiã dos EUA Edward Snowden é visto neste retrato estampado em seus documentos de refugiado, concedidos pela Rússia, nesta fotografia tirada durante uma coletiva de imprensa em Moscou. O presidente russo, Vladimir Putin, descreveu Snowden, procurado pelos EUA sob acusação de espionagem, como um "cara estranho", mas disse que ele pode descansar tranquilo pois não será entregue às autoridades norte-americanas. 1/08/2013.
Foto: Maxim Shemetov / Reuters

Os EUA cancelaram um encontro bilateral com Putin, no mês passado, depois que a Rússia concedeu asilo a Snowden, responsável pelo vazamento de detalhes de programas secretos de vigilância do governo dos EUA.

"Ele é um cara estranho", disse Putin sobre Snowden em entrevista à televisão estatal da Rússia e à Associated Press, divulgada nesta quarta-feira. "Eu não entendo o que ele está pensando."

"Basicamente, ele colocou-se numa uma vida muito difícil. O que ele vai fazer a seguir, eu nem sequer imagino. Mas está claro agora que não vamos entregá-lo, ele pode sentir-se seguro aqui."

A Rússia tem usado o caso de Snowden para retratar-se como uma protetora dos direitos humanos e para neutralizar as críticas do Ocidente sobre seu histórico nessa área. Moscou também destacou o caso como um exemplo do que diz ser uma política de dois pesos e duas medidas por parte de Washington.

Snowden voou para Moscou a partir de Hong Kong em junho e ficou preso na zona de trânsito do aeroporto internacional da capital russa depois que os Estados Unidos revogaram seu passaporte e pediram aos países para não aceitarem sua presença.

Ao fazer isso, Washington efetivamente prendeu Snowden na Rússia, disse Putin. Ele defendeu a decisão russa de não expulsá-lo, dizendo que não existe um acordo de extradição entre Moscou e Washington.

O ex-prestador de serviço da Agência de Segurança Nacional dos EUA encontrou-se pela primeira vez com diplomatas russos ainda em Hong Kong, disse Putin, mas afastou-se de conversações sobre os programas de vigilância dos EUA depois que a Rússia estabeleceu a condição de que Snowden interrompesse qualquer atividade que pudesse prejudicar os Estados Unidos em troca de abrigo.

"Disseram a mim que o senhor Snowden estava voando para cá duas horas antes de o avião pousar", disse.

Putin insistiu que a inteligência russa não obteve qualquer informação com o norte-americano, de 30 anos.

"Temos interesses nacionais e não queremos prejudicar... os laços russo-americanos", disse.

Apesar da recusa da Rússia em entregar Snowden, Putin expressou simpatia pela vontade dos Estados Unidos de processá-lo.

"Se eram realmente informações secretas e se tal pessoa pudesse infligir danos a nós, então, sem dúvida, eu tentaria colocá-la diante da lei russa em toda a sua gravidade", disse.

(Reportagem de Gabriela Baczynska)

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