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Europa

Processo de Carlos Chacal prossegue com novos advogados

13 mai 2013 - 13h13
(atualizado às 13h42)
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O processo em apelação do venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, conhecido como Carlos, o Chacal, prosseguiu nesta segunda-feira em Paris com novos defensores públicos para defender o acusado, julgado por quatro atentados cometidos há 30 anos.

O tribunal recusou o pedido dos três defensores públicos, que haviam pedido no início da tarde um prazo mínimo de uma semana para estudar o caso e conversar com o acusado.

"Diante da complexidade do caso" e da dificuldade de planejar as audiências das testemunhas, apenas um adiamento global teria sido pertinente, mas esta solução não é possível, explicou o presidente do tribunal, Régis de Jorna.

A promotoria havia se oposto ao adiamento por considerar impossível um conhecimento exaustivo do caso em uma semana e por temer as consequências de tal decisão para a organização da audiência.

"Carlos está habituado aos tribunais, filho de advogado e que conhece bem o legado. Quem pode acreditar que vai sofrer de um déficit de defesa?", alegou o advogado Francis Szpiner, que defende as vítimas dos atentados.

No início do processo, pela manhã, Carlos surpreendeu o tribunal ao afirmar que havia proibido seus advogados habituais de se apresentarem para defendê-lo enquanto as autoridades venezuelanas não assumissem os gastos de sua defesa.

"É culpa dos traidores" que "colocam em perigo o governo atual", disse.

Três jovens advogados (o menos experiente prestou juramento em 2012) aceitaram assumir a defesa e precisarão lidar agora com um caso que tem 80 volumes e 30 anos.

Carlos, de 63 anos, comparece diante do tribunal especial de apelação de Paris, composto por magistrados profissionais especializados em julgamentos por "atos de terrorismo". O julgamento deve se estender até o dia 26 de junho.

Carlos está preso na França desde sua detenção no Sudão, em agosto de 1994. Declarado culpado em 1997 após um primeiro julgamento pelo assassinato de três homens em Paris, entre eles dois policiais, o venezuelano já foi condenado definitivamente à prisão perpétua.

Em dezembro de 2011, a justiça francesa o condenou novamente à prisão perpétua, com uma pena de segurança de 18 anos por quatro atentados cometidos na França (em uma rua de Paris, em um trem Paris-Toulouse, em uma estação ferroviária de Marselha e em um trem de alta velocidade Marselha-Paris) que deixaram onze mortos e 150 feridos.

Carlos apelou desse veredicto e o julgamento iniciado nesta segunda-feira é o de apelação por essas acusações.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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