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Europa

Primeiro-ministro turco diz que não cederá diante de pressão de manifestantes

1 jun 2013 - 09h22
(atualizado às 09h40)
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O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, disse neste sábado que não cederá diante dos protestos que desde a madrugada da sexta-feira paralisaram Istambul e se estenderam para outras cidades da Turquia.

Em discurso pronunciado em Istambul e transmitido ao vivo pelas cadeias de televisão, o líder disse que os protestos eram "ideológicos". Houve enfrentamentos entre os manifestantes e a polícia, que utilizou gás lacrimogêneo.

O objetivo inicial do protesto era salvar um parque do centro da cidade, mas muitos manifestantes pedem também a renúncia do governo e acusam as autoridades de usarem a violência.

"Este incidente já não tem nada a ver com o Parque Gezi, se transformou em algo ideológico, para conquistar (a prefeitura) Istambul", assegurou Erdogan, que prometeu que o projeto para urbanizar o parque vai continuar.

"Ninguém tem direito de aumentar a tensão com a desculpa de que vão cortar árvores", disse o primeiro-ministro, ao mesmo tempo que acusou os partidos da oposição de "colaborarem com organizações ilegais".

Vários deputados do Partido Republicano do Povo (CHP) e o Partido Paz e Democracia (BDP), ambos na oposição, participam dos protestos e dois congressistas foram hospitalizados.

O CHP anunciou para hoje um comício no bairro de Kadiköy, no lado asiático da cidade, mas horas mais tarde cancelou o evento e pediu a seus seguidores que comparecessem diretamente no distrito de Taksim, onde ocorre a maior parte dos enfrentamentos policiais.

O líder do CHP, Kemal Kiliçdaroglu, pediu a Erdogan que retire a polícia de Taksim e recue no projeto de transformar o parque Gezi em um centro comercial.

Mas Erdogan não deu seu braço a torcer. "Antes das eleições prometemos ao nosso povo realizar o projeto de Taksim e vamos cumprir", disse, apesar da medida não ter sido aprovada por uma comissão municipal.

O primeiro-ministro, no entanto, admitiu que foram "cometidos erros no uso do gás lacrimogêneo por parte das forças de segurança" e prometeu investigá-los, mas reiterou que "a polícia esteve no local ontem, está hoje e estará amanhã".

A oposição "pode reunir cem mil pessoas no lugar, mas com meu partido posso reunir um milhão", desafiou Erdogan.

EFE   
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