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Europa

Presidentes europeus boicotam Ucrânia por punir Tymoshenko

3 mai 2012 - 20h02
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A Ucrânia enfrenta na quinta-feira mais pressões internacionais por causa do tratamento dispensado à líder oposicionista Yulia Tymoshenko, enquanto o governo advertiu que os torcedores das seleções europeias de futebol serão os maiores prejudicados por eventuais boicotes à Eurocopa, que será disputada em junho e julho no país. Nove líderes europeus decidiram não participar de uma cúpula centro-europeia neste mês na ex-república soviética, para deixar clara sua insatisfação com a prisão de Tymoshenko, vista pelo Ocidente como símbolo do declínio dos valores democráticos na Ucrânia.

O boicote pode se repetir na Eurocopa, torneio continental de seleções que será realizado conjuntamente com a Polônia, e com a qual Kiev esperava se mostrar ao mundo como uma moderna nação europeia. Os presidentes da Alemanha, Áustria, Itália, Croácia, Estônia, Eslovênia, Bulgária e República Checa já anunciaram a intenção de não comparecer à cúpula dos dias 11 e 12 de maio no balneário de Yalta, que terá como anfitrião o presidente Viktor Yanukovich.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, também diz não ter a intenção de ir à Ucrânia por causa da situação de Tymoshenko, que alega ter sido presa a mando da Yanukovich, e afirma temer por sua vida.

A representação da União Europeia na Ucrânia disse na quinta-feira que todos os demais 26 comissários (ministros) do bloco devem assumir uma posição semelhante.

O boicote à cúpula informal, que no ano passado ocorreu na Polônia e reuniu 20 chefes de Estado, pode causar um constrangimento à Ucrânia, que diz ter a intenção de aderir à União Europeia no futuro.

Mas o boicote à Eurocopa seria ainda mais doloroso para Kiev, que na quinta-feira alertou contra tentativas de politizar o torneio. ?"Um campeonato bem sucedido será uma vitória não para políticos, partidos ou ideologias, mas para todos os ucranianos e poloneses. Seu fracasso será uma derrota para milhões", disse a chancelaria em nota.

Tymoshenko, ex-primeira-ministra que é a maior rival de Yanukovich, foi sentenciada em outubro a sete anos de prisão por abuso de poder. O Ocidente diz que o julgamento foi politicamente motivado. Políticos estrangeiros reagiram horrorizados na semana passada às denúncias de que ela foi agredida na penitenciária onde cumpre pena, na cidade de Kharkiv, uma das sedes da Eurocopa. A política faz greve de fome desde 20 de abril em protesto contra os maus tratos.

As autoridades carcerárias negam a ocorrência de abusos contra Tymoshenko.

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