PUBLICIDADE

Mundo

Presidente grego propõe governo tecnocrático a partidos

14 mai 2012 - 15h09
(atualizado às 16h40)
Compartilhar

O presidente da Grécia, Karolos Papoulias, propôs nesta segunda-feira aos líderes dos principais partidos políticos que formem um novo governo de tecnocratas, com o objetivo de tirar o país do ponto morto devido à fragmentação política após as eleições de 6 de maio. Uma nova reunião com os dirigentes de todos os partidos políticos, à exceção do neonazista Amanhecer Dourado, acontecerá nesta terça-feira às 11h GMT (8h de Brasília), disse Venizelos após a reunião com o chefe de Estado.

O presidente grego, Karolos Papoulias (centro), recebeu os líderes dos principais partidos para uma reunião em Atenas
O presidente grego, Karolos Papoulias (centro), recebeu os líderes dos principais partidos para uma reunião em Atenas
Foto: AP

Antonis Samaras, líder do partido conservador Nova Democracia e o mais votado nas eleições legislativas de 6 de maio, se disse disposto a discutir essa opção. Fotis Kuvelis, líder do partido Esquerda Democrática (Dimar), rejeitou a formação de um governo sem personalidades políticas, mas disse que participará da reunião de terça-feira. Papulias tenta com isso obter "um consenso nacional" para formar um governo e evitar novas eleições legislativas, aliviando assim uma situação caótica nos mercados, que já apostam na saída do país da zona do euro.

Segundo analistas, a saída da Grécia da moeda única já deixou de ser um tabu na Europa e agora o foco estaria em pressionar o país para que aplique as medidas de austeridade ou deixe a união monetária de vez. "Queremos que a Grécia permaneça no euro", afirmou a porta-voz da Comissão Europeia, Pia Ahrenkilde, antes da reunião, mas recordou a advertência do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso: "se um membro do clube não respeita as regras, o melhor é que saia do clube".

As esperanças de avanço nas negociações entre os líderes dos principais partidos gregos para tentar alcançar um acordo de governo diminuem progressivamente, aumentando assim a possibilidade da convocação de novas eleições em junho. Segundo o líder do Dimar, Fotis Kuvelis, pró-europeu, formar um novo governo de unidade na Grécia será impossível. "Não poderá surgir nenhum governo de união", disse Fotis Kuvelis, ao comentar a firme rejeição do partido da esquerda radical Syriza a participar de uma coalizão com social-democratas e conservadores, em referência ao Pasok e à Nova Democracia (ND), que acordaram os planos de austeridade com a União Europeia (UE).

A Espanha, apesar de estar também no foco das preocupações europeias, disse à Grécia que "a permanência no euro implica em uma série de obrigações", conforme declarou o chanceler espanhol, José Manuel García-Margallo, em sua chegada à reunião com seus sócios europeus em Bruxelas, em um encontro prévio à reunião de ministros das Finanças. "O melhor que a Grécia poderia fazer por sua própria sobrevivência e pela sobrevivência da União Monetária é formar um governo o quanto antes e confirmar o cumprimento das medidas de rigor necessárias para que o país continue recebendo ajuda", disse o chanceler espanhol, cujo país também está sujeito a duras medidas de ajuste acordadas com Bruxelas.

O governo alemão também exortou Atenas a cumprir os compromissos assumidos em sua agenda de reformas e nos prazos previstos, declarou nesta segunda-feira uma porta-voz do ministério das Finanças. "É o único caminho e o mais justo para a recuperação da Grécia", disse esta porta-voz à imprensa. "Este programa é valido inclusive depois das eleições" na Grécia, que levaram a um caos político, já que depois de uma semana os partidos não foram capazes de formar um governo de coalizão.

EFE   
Compartilhar
Publicidade