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Europa

Premiê turco culpa imprensa estrangeira e redes sociais por protestos

Erdogan afirmou que protestos fazem parte de movimento externo para frear crescimento da Turquia

11 jun 2013 - 07h34
(atualizado às 08h46)
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O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse nesta terça-feira em Ancara que a imprensa internacional e as redes sociais são culpadas pelos violentos protestos contra seu governo. O líder islamita moderado afirmou diante de parlamentares que "os meios de comunicação internacionais estão desinformando de forma sistemática, e com as instituições de imprensa mal-intencionadas cresceram os protestos".

"Peço a todos os ativistas no parque Gezi (Istambul) a entender o que se passa. Peço a todos que são sinceros que abandonem esse lugar. Como primeiro-ministro peço isto", disse Erdogan, pouco depois da polícia agir na praça Taksim com gás lacrimogêneo para dispersar aos manifestantes.

Erdogan afirmou que seu governo não dará mais provas de "tolerância" com os manifestantes que pedem sua renúncia. "Este assunto agora acabou. Não haverá mais tolerância", disse no Parlamento de Ancara. Os protestos da Turquia começaram há duas semanas como uma manifestação pacífica contra a demolição do parque Gezi, que dará lugar a um centro comercial.

Em seu discurso, o primeiro-ministro advertiu que estão em perigo os interesses econômicos do país. "A economia turca está diretamente afetada por estas ações. A alta das taxas de juros e assustar os investidores são parte de um grande projeto. Isto é feito com solidariedade de dentro e fora do país", denunciou. "As ações na praça Taksim e no parque Gezi foram planejadas sistematicamente para encobrir outras ações. Está se jogando um grande jogo com o pretexto do parque", disse Erdogan.

Erdogan cumprimenta parlamentares de seu partido AKP, em Ancara
Erdogan cumprimenta parlamentares de seu partido AKP, em Ancara
Foto: Reuters

Segundo Erdogan, os eventos dos últimos dias se transformaram em uma "espiral de violência", embora os protestos não devam ser vistos como uma luta por mais direitos democráticos. Desde o início das manifestações, ele denunciou supostas interferências estrangeiras, hostis a seu movimento islamita moderado, que governa a Turquia há uma década. "Alguém tenta frear a crescente e fortalecida Turquia. Os ativistas do parque Gezi deveriam ver a quem estão servindo", questionou Erdogan.

Por sua vez, o governador de Istambul, Huseyin Avni Mutlu, garantiu em entrevista coletiva que a intervenção policial na Praça Taksim nesta terça-feira ocorreu para limpá-la dos cartazes e bandeiras, e esclareceu que em nenhum caso as forças da ordem vão entrar no parque Gezi. "Há enfrentamentos com pequenos grupos marginais. Mas não houve grandes enfrentamentos. Agradeço àqueles no parque Gezi. Se afastaram dos outros grupos", disse o governador.

O acampamento pacífico do parque Gezi contra a remoção de um dos últimos espaços verdes do centro da cidade desencadeou há duas semanas uma onda de protestos em todo o país contra o estilo autoritário do governo. Mutlu acrescentou que a polícia permanecerá na Praça Taksim para não permitir o retorno dos cartazes e bandeiras dos manifestantes.

"O centro cultural Atatürk (situado na praça) foi transformado em um muro de publicidade para todo tipo de organizações legais e ilegais. O povo ficou incomodado com isto e, além disso, a imagem da Turquia ficou manchada no exterior", afirmou o governador.

Mutlu assegurou que alguns manifestantes usam bombas de fumaça para dar a impressão de que a polícia utiliza gás lacrimogêneo indiscriminadamente e, assim, prejudicar a imagem das forças da ordem.

Perguntado sobre as alegações de alguns ativistas e da imprensa turca de que policiais a paisana instigam os manifestantes e inclusive lançam coquetéis molotov, o governador disse que se trata de "uma mentira das redes sociais da Internet".

"Ninguém foi ferido com gravidade. Só há ferimentos menores. Inclusive um veículo da polícia foi queimado. Houve prisões de pessoas desses grupos marginais e elas vão continuar", concluiu o governante turco. Segundo a mais recente apuração da imprensa turca, hoje foram detidas 25 pessoas.

Com informações de agências internacionais

EFE   
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