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Europa

Premiê britânico decide faltar a último debate eleitoral na TV

16 abr 2015 - 10h20
(atualizado às 10h20)
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Os líderes dos dois principais partidos políticos da Grã-Bretanha vão fazer apostas diferentes quanto ao debate final da TV, nesta quinta-feira, em uma campanha eleitoral indefinida: o primeiro-ministro David Cameron não vai participar, e o líder do Partido Trabalhista, Ed Miliband, decidiu comparecer.

Com a maioria das pesquisas de opinião mostrando o Partido Conservador, de Cameron, e o Trabalhista, de oposição, quase empatados antes da votação, marcada para 7 de Maio e tida como a mais apertada eleição britânica desde os anos 1970, ambos estão buscando um momento de virada.

No entanto, o debate da BBC só contará com Miliband ao lado dos líderes de partidos escoceses e galeses, dos Verdes e do Partido da Independência, que é anti UE e anti-imigração.

Cameron e Nick Clegg -o líder dos liberais-democratas, parceiro minoritário da coalizão de governo- não vão participar, o que faz do debate um evento incompleto.

Cameron, que se saiu mal no primeiro debate televisionado da Grã-Bretanha, em 2010, só concordou em participar de um debate, que já foi realizado. Com sua taxa de aprovação pessoal superior à dos rivais, seus assessores temiam que ele tivesse mais a perder do que Miliband.

Após a recusa de Cameron, Clegg não foi convidado a participar.

Miliband superou as expectativas em um debate entre líderes partidários este mês e muma entrevista pré-eleitoral televisionada em março, e pode ter ganhos com seu desempenho seguro.

Por outro lado, por ficar longe do debate, Cameron deixa a porta aberta à acusação de covardia política e corre o risco de os outros partidos se unirem no ataque à ele, que estará ausente.

"Se você está se candidatando para o cargo de primeiro-ministro, o mínimo que o povo britânico espera é que você se apresente à entrevista de emprego", disse Miliband nesta quinta-feira.

Mas o evento também é um risco para Miliband. Como o único participante que poderia tornar-se primeiro-ministro, ele espera mostrar suas credenciais de liderança e suplantar a grande diferença entre a sua avaliação pessoal e a de Cameron.

Mas a líder nacionalista escocesa Nicola Sturgeon, cujo partido ameaça varrer os trabalhistas da Escócia, deve unir-se às legendas de esquerda contrárias às medidas de austeridade nas críticas a Miliband, já que todos eles estão competindo para tirar votos dos trabalhistas.

Ironicamente, já que nenhuma sigla tem condições de conquistar uma vitória retumbante, Miliband poderia ter de depender de um ou mais desses mesmos partidos para governar. Nicola tem dito repetidamente que estaria disposta a apoiar um governo trabalhista em troca de concessões.

Miliband descartou a possibilidade de um pacto formal, mas não de um acordo. Cameron advertiu contra tais acertos, nesta quinta-feira. "Juntos, eles representam uma ameaça clara para o futuro do nosso Reino Unido. Uma coalizão de caos", disse.

(Reportagem de Andrew Osborn)

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