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Europa

Prefeito de Roma renuncia após polêmicas sobre gestão

8 out 2015 - 15h59
(atualizado às 17h01)
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Foto: Getty Images

O prefeito de Roma, Ignazio Marino, do Partido Democrata (PD), apresentou nesta quinta-feira sua renúncia depois das últimas polêmicas sobre sua gestão e os pedidos da oposição para que deixasse o cargo, informou a imprensa italiana.

"Queridos romanos e romanas, refleti muito antes de tomar minha decisão. Fiz isso com a única intenção de garantir o interesse da capital da Itália, da minha cidade", afirmou Marino em comunicado enviado aos meios de comunicação.

Marino, cirurgião de profissão, está envolvido em vários escândalos e polêmicas, entre elas a das ações do crime organizado na prefeitura, sua ausência durante alguns momentos cruciais na capital e a viagem aos Estados Unidos com o papa Francisco.

Sua retirada aconteceu depois que a junta municipal se reuniu durante seis horas e depois da renúncia, durante esta reunião, do vice-prefeito, Marco Causi, e três assessores: Stefano Esposito (Transportes), Marco Rossi Doria (Educação) e Luigina Di Liegro (Turismo).

A saída de Marino deixa a capital italiana na incerteza sobre o que fazer perante a iminente celebração do Jubileu para a qual se prevê a chegada de milhões de pessoas.

A hipótese poderia ser a nomeação por parte do governo de um gestor extraordinário para que administre Roma durante o Jubileu, já que as possíveis eleições municipais teriam que esperar a primavera.

"Quando, há pouco mais de dois anos e meio me apresentei como candidato a prefeito de Roma, fiz isso para mudar Roma, tirando a prefeitura da direita, que a tinha tomado e maltratado durante cinco anos, manchando-a até permitir a entrada das atividades delitivas, inclusive de caráter mafioso", comentou o prefeito no comunicado.

"Nestes dois anos, impulsionei mudanças, modifiquei um sistema de governo baseado na pressão dos lobbies, dos poderes também criminosos. Não sabia, ninguém sabia, como era de grave a situação até que interveio a comissão político-mafiosa", acrescentou.

A mencionada comissão demonstrou infiltrações do crime organizado na prefeitura romana que lhe valeram as críticas de grupos como o Movimento 5 Estrelas.

Este foi um dos episódios que mais manchou sua imagem, mas nos últimos meses sua capacidade para tramitar a capital italiana também foi posta em dúvida quando, em um momento no qual Roma vivia dias convulsos, ainda com os ecos do escândalo mafioso, a preparação do Jubileu e a imagem de um funeral mafioso, decidiu prosseguir suas férias nos Estados Unidos.

Em relação à última polêmica, em torno das despesas de representação, Marino ressaltou que o fato de que abandone agora seu cargo não significa que mostre "fraqueza ou admissão de culpa por esta polêmica manipulação" suscitada após sua "decisão de publicá-las no site da prefeitura".

Por fim, Marino mostrou sua esperança de que ocorram mudanças na prefeitura de Roma e criticou as fileiras de seu próprio partido.

"Não escondo o temor que a prefeitura volte a ser governada com a lógica do passado, a da especulação, dos interesses ilícitos (...) e do mecanismo corrupto-mafioso que infelizmente tocou também parte do PD e que sem mim teria contaminado não só o conjunto do partido, mas a prefeitura inteira", concluiu.

EFE   
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