Plataforma eleitoral de Sarkozy vai reafirmar meta orçamentária
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse em entrevista publicada nesta segunda-feira que sua plataforma eleitoral, a ser apresentada nos próximos dias, manterá a meta de poupar até 115 bilhões de euros no orçamento nacional até 2016. Sarkozy tenta reverter a profunda frustração popular com seu governo, causada em parte por três anos de crise econômica, e em parte por uma rejeição generalizada ao seu estilo pessoal.
O líder conservador, que aparece atrás do candidato socialista François Hollande nas pesquisas para o segundo turno, prometeu, na entrevista publicada por três jornais regionais, cortar 75 bilhões de euros em gastos públicos ao longo dos próximos cinco anos, além de elevar a arrecadação em US$ 40 bilhões. "Não parei de propor ideias desde que a campanha começou", afirmou.
Sarkozy já tem aval parlamentar para medidas que elevariam a arrecadação em US$ 32 bilhões, e disse que pretende assegurar os 8 bilhões restantes por meio de novos impostos sobre grandes empresas, e por exigir contribuições de "exilados tributários". O primeiro turno da eleição acontece no dia 22. Sarkozy adiou a divulgação do seu programa até a última hora, preferindo divulgar propostas uma a uma, para maximizar seu impacto, ao contrário do que fez Hollande, que apresentou em janeiro uma volumosa proposta centrada em elevar a carga tributária dos ricos para financiar investimentos em educação e empregos.
Os socialistas dizem que a campanha a conta-gotas de Sarkozy faz com que ele pareça despreparado. O chefe da campanha de Hollande, Pierre Moscovici, disse à TV LCI que é irresponsável citar cifras orçamentárias sem explicar de onde elas vêm. "Isso mostra uma falta de transparência democrática", afirmou.
Assessores disseram que a chefe de campanha de Sarkozy, Emmanuelle Mignon, está preparando um manifesto eleitoral de 16 páginas que ele deve apresentar na quinta-feira ao regressar de uma viagem à ilha Reunião, território francês no Índico. Famoso por seu estilo impulsivo, Sarkozy ainda pode acrescentar posteriormente outras ideias ao programa, segundo assessores. "Esse será o nosso documento de referência, mas pode haver mais propostas", disse o deputado Damien Meslot. "Nesta campanha, nossa arma é a surpresa", afirmou.