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Europa

Philippe é o novo rei da Bélgica

21 jul 2013 - 12h31
(atualizado às 13h36)
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O príncipe Philippe se converteu neste domingo no novo rei dos belgas, herdando o trono de um país historicamente dividido e que se interroga cada vez mais sobre o papel da monarquia.

Phillipe, de 53 anos, prestou juramento ante as duas câmaras do Congresso. O governo belga e a casa real de comum acordo decidiram realizar o ato em uma cerimônia austera, sem nenhuma pompa.

"Ao prestar juramento de minhas funções, estou consciente das responsabilidades que pesam sobre mim", afirmou novo monarca, o sétimo do país, desde sua função em 1830.

"Inicio meu reinado com a vontade de colocar-me a serviço de todos os belgas", assegurou novo monarca, após o ato de abdicação de seu pai, Albert II.

A monarquia é um dos fatores de unidade deste pequeno país dividido entre os valões de idioma francês (no sul) e os flamengos do norte.

"A crise atinge muitos cidadãos (...) estou certo de que poderemos vencer estas dificuldades, o projeto europeu de nos dar confiança", assinalou ainda, falando nos três idiomas oficiais do país (francês, flamengo e alemão), em um discurso em que se mostrou à vontade e disposto ao diálogo.

A mensagem foi dirigida fundamentalmente à região de Flandes, que agrupa quase 60% da população belga e cuja principal força política é a dos separatistas, favoritos nas pesquisas para as eleições legislativas de 2014.

Durante seu discurso, Philippe também agradeceu a sua esposa Mathilde, de 40 anos.

A nova rainha dos belgas mostrou-se emocionada durante toda a cerimônia e, em vários momentos, não conseguiu conter as lágrimas.

O primeiro-ministro belga, Elio di Rupo, por sua vez, recordou o papel mediador de Albert II entre 2010 e 2011, em que os país ficou 541 dias sem governo.

"Ele aceitou a dura tarefa de formar um governo e conseguiu isso com sucesso", afirmou Di Rupo

O rei Alberto II da Bélgica se despediu no sábado de seus súditos pedindo coesão face às profundas divisões entre valões e flamengos.

Após 20 anos de reinado, Albert II fez um último discurso sério e otimista.

Aos 79 anos, Albert II é o primeiro monarca belga a optar pela abdicação.

O rei, cujo reinado foi marcado por duas grandes crises políticas entre flamengos e francófonos, reconheceu que a Bélgica nem sempre "foi fácil de governar".

"Felizmente, o dever do compromisso construtivo da maior parte de seus líderes políticos permitiu que ele ultrapassasse barreiras e se transformasse num Estado unitário e um Estado federal", acrescentou, também em mensagem dirigida à Flandres.

As festividades começaram durante a noite de sábado, quando a família real foi ao baile nacional no bairro popular de Marolles em Bruxelas.

Na primeira fila da cerimônia deste domingo, estavam sentados os quatro filhos de Philippe e Mathilde, entre eles a princesa Elisabeth, que terá o título, aos 12 anos, de herdeira do trono.

Nenhum monarca estrangeiro foi convidado, tradição de um país onde "o rei presta juramento diante da nação representada pelo parlamento", informou o porta-voz do premier belga, Elio Di Rupo.

Mesmo não estando presentes, outras nações enviaram mensagens de felicitação. O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, homenageou Alberto II, que "serviu o povo belga de forma admirável durante 20 anos de reinado".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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