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Europa

Petição quer navio de Cousteau como "patrimônio nacional"

7 out 2013 - 20h51
(atualizado às 20h59)
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Uma petição para salvar o navio oceanográfico "Calypso", que durante 40 anos serviu para estudos do documentarista Jacques-Yves Cousteau, pede que a embarcação seja declarada "patrimônio nacional" para evitar seu abandono, disseram nesta segunda-feira os idealizadores da campanha.

O célebre navio está nos estaleiros de Piriou, em Concarneau, no noroeste da França, onde deveria ser reparado, após ter sido trazido de volta ao país em 2006. No entanto, um conflito econômico entre os proprietários, a "Equipe Cousteau", e os reformadores fez com que a reparação do navio esteja paralisada desde 2009.

O pedido foi feito pelo oceanógrafo Bruno Bombled à ministra de Cultura da França, Aurélie Filippetti, a quem solicita "uma rápida inscrição" da embarcação no patrimônio nacional.

"É hora de dizer que não aceitamos que este orgulho da França por todo o mundo, durante décadas, morra em Concarneau, já que é possível salvá-lo", diz o texto.

Os autores da iniciativa consideram que se o navio for considerado patrimônio nacional, poderá receber recursos públicos para sua proteção e serviria assim de exemplo para "as gerações futuras, a ciência e a paz".

Adquirido em 1950 pelo milionário irlandês Loel Guinness, o Calypso, que tinha sido um navio-base para mergulhadores desminadores, foi alugado por Cousteau para suas pesquisas e para rodar seus famosos documentários. Durante décadas, navegou pelos mares de todo o mundo equipado com sofisticado material oceanográfico.

Em 1996, um ano antes da morte de Cousteau, o navio afundou no porto de Cingapura após se chocar com uma barcaça. Reflutuado, voltou à França, onde passou vários anos no porto de Marselha.

A propriedade do navio foi reivindicada pela associação da segunda (e última) esposa de Cousteau, assim como pelas Campanhas Oceanográficas Francesas, da qual fazia parte um dos filhos de Cousteau, Jean-Michel.

Por fim, a justiça atribuiu a propriedade do navio à "Equipe Cousteau", que decidiu restaurá-lo para transformá-lo em um museu itinerante de divulgação científica.

Com esse objetivo, o navio foi enviado aos estaleiros de Concarneau em 2007. Contudo, desde 2009, a "Equipe Cousteau" e os estaleiros Pirou têm uma disputa judicial. Enquanto o primeiro grupo alega que os reformadores realizaram um trabalho ruim no navio, o segundo argumenta que não recebeu o valor acertado no contrato. Por isso, a restauração está paralisada e a embarcação armazenada em uma das docas dos estaleiros e em processo de deterioração, segundo afirmam os idealizadores da petição.

EFE   
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