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Mundo

Pelo 4º dia, nevascas provocam caos em aeroportos europeus

21 dez 2010 - 06h59
(atualizado às 08h17)
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Dezenas de milhares de pessoas voltaram a passar a noite em aeroportos e estações de trem no norte da Europa onde permanecem retidos por causa dos atrasos e cancelamentos provocados pela onda de frio que atinge a região desde o fim da semana passada.

Grã-Bretanha, França e Alemanha estão entre as áreas mais afetadas. Segundo as previsões, o frio deve continuar nos próximos dias.

No aeroporto internacional de Heathrow, em Londres, um dos mais movimentados do mundo, centenas de passageiros desesperados para viajar antes do Natal vêm passando as noites no saguão à espera de informações sobre seus voos.

Após apenas 20 pousos e decolagens no domingo, o aeroporto operou com cerca de um terço da capacidade na segunda-feira. Nesta terça-feira, a previsão é que essa proporção se mantenha.

O aeroporto de Gatwick, também em Londres, o segundo maior da Grã-Bretanha, reabriu às 6h desta terça-feira após ter ficado fechado desde a noite anterior.

Na Alemanha, mais de mil voos foram cancelados nos aeroportos de Frankfurt, Munique e Berlim.

O aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, tinha três de suas quatro pistas abertas, mas a maioria dos voos de curta distância foi cancelada para permitir que os passageiros de longa distância pudessem viajar.

No aeroporto de Orly, também na capital francesa, as duas pistas estavam abertas, mas alguns voos enfrentavam atrasos de mais de três horas.

Na Alemanha, as companhias aéreas sugeriam aos passageiros que viajassem de trem, mas as operadoras ferroviárias, com seus serviços já superlotados, pediam às pessoas que ficassem em casa.

No aeroporto de Frankfurt, o maior do país, a administração empregou palhaços para tentar melhorar o humor das pessoas que tiveram que passar a noite no local.

Cenas dramáticas

Mas as cenas mais dramáticas eram vistas em Londres, onde após mais de 48 horas da última forte nevasca, pessoas com passagens válidas para o dia eram impedidas de entrar no aeroporto de Heathrow, lotado com as pessoas que não puderam viajar nos dias anteriores.

Todos os voos de curta distância foram cancelados, e apenas uma das pistas estava em operação em Heathrow.

Apesar de um relaxamento da proibição de voos noturnos para tentar reduzir o acúmulo de passageiros de voos cancelados ou atrasados, as autoridades locais dizem que a situação somente voltará ao normal após o Natal ou mesmo mais tarde, se voltar a nevar.

O caos no aeroporto londrino levou o prefeito da cidade, Boris Johnson, a criticar as autoridades aeroportuárias.

"Certamente não pode estar além da capacidade humana encontrar pás, escavadeiras, limpadores de neve ou o que seja para limpar a neve da pista, colocar os aviões em movimento e ter mais do que uma pista funcionando", afirmou.

Segundo a BAA, empresa que administra o aeroporto de Heathrow, o grande volume de neve no sábado provocou o acúmulo de gelo no entorno das aeronaves, ameaçando a segurança.

Os serviços de trem entre a Grã-Bretanha e o continente europeu, pelo Eurostar, também foram afetados por grandes atrasos, com a limitação de velocidade imposta pelo gelo e pela neve acumulados nos trilhos.

Sob o frio abaixo de zero, grandes filas de passageiros se formaram por centenas de metros do lado de fora da estação St. Pancras, em Londres, de onde saem os trens do Eurostar.

De acordo com analistas, os problemas com o frio vêm provocando um impacto negativo sobre a já combalida economia britânica.

O caos nos aeroportos estaria custando cerca de 65 milhões de libras (cerca de R$ 170 milhões) por dia à British Airways, a maior companhia aérea do país.

O comércio também vem sofrendo. O movimento nas lojas, a menos de uma semana do Natal, sofreu uma queda de 25%.

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