Patriarca russo condena feminismo e defende mulheres em casa
Kiril é o chefe da Igreja ortodoxa russa
O patriarca ortodoxo russo Kiril considerou que o feminismo era muito perigoso e declarou-se a favor de que a mulher fique em casa cuidando dos filhos e o homem trabalhe fora para ganhar dinheiro.
"Parece-me muito perigoso este fenômeno que se chama feminismo, já que as organizações feministas (...) louvam uma pseudoliberdade para as mulheres que deve se manifestar, antes de tudo, fora do casamento e fora da família", declarou Kiril em um texto publicado no site do patriarcado.
"A ideologia central do feminismo não é a família ou as crianças, mas outra função da mulher, que, com frequência, contradiz os valores da família", disse o patriarca durante um encontro na terça-feira com a organização feminina ortodoxa. "O homem tem atividade no exterior, deve trabalhar, ganhar dinheiro, enquanto a mulher deve se ocupar do interior, onde estão seus filhos", acrescentou, insistindo na importância, segundo ele, desta concepção do lar.
"Se uma pessoa destrói este papel excepcionalmente importante da mulher, a consequência é que tudo desaba - a família e, de uma forma mais ampla, a pátria", considerou o patriarca. "Não é por acaso que dizemos a mãe pátria", afirmou perante as mulheres desta organização da Ucrânia, país de onde são originárias as feministas do grupo Femen, conhecidas por suas manifestações de topless.
O patriarca Kiril criticou as manifestações contra o presidente Vladimir Putin realizadas na Rússia há mais de um ano. Sua posição intransigente no caso das Pussy Riot, três jovens que cantaram uma oração punk anti-Putin na catedral do Cristo Salvador em 2012 em Moscou para "denunciar o conluio entre a Igreja e o Estado" na Rússia, foi criticada em sua própria Igreja.