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Europa

Partidos italianos buscam solução para impasse eleitoral

26 fev 2013 - 18h43
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Os partidos políticos italianos buscam nesta terça-feira algum tipo de acordo, depois de uma eleição em que nenhum deles conseguiu maioria parlamentar, abrindo a possibilidade de uma prolongada instabilidade e de uma nova crise financeira europeia.

Uma autoridade eleitoral corta cédulas em uma seção eleitoral em Roma, Itália. Os partidos políticos italianos buscam nesta terça-feira algum tipo de acordo, depois de uma eleição em que nenhum deles conseguiu maioria parlamentar, abrindo a possibilidade de uma prolongada instabilidade e de uma nova crise financeira europeia. 25/02/2013
Uma autoridade eleitoral corta cédulas em uma seção eleitoral em Roma, Itália. Os partidos políticos italianos buscam nesta terça-feira algum tipo de acordo, depois de uma eleição em que nenhum deles conseguiu maioria parlamentar, abrindo a possibilidade de uma prolongada instabilidade e de uma nova crise financeira europeia. 25/02/2013
Foto: Yara Nardi / Reuters

Os resultados, e especialmente a impressionante ascensão do partido alternativo Movimento 5 Estrelas, do comediante Bepe Grillo, deixaram a coalizão de centro-esquerda com maioria na Câmara, mas sem o controle do Senado.

Os mercados financeiros despencaram por causa do risco de um impasse, o que reacendeu as lembranças da crise financeira que levou os custos da dívida italiana a níveis insustentáveis e deixou a zona do euro à beira de um colapso em 2011.

"O vencedor é: a ingovernabilidade", foi a manchete do jornal romano Il Messaggero, refletindo o impasse que o país terá de confrontar nas próximas semanas, quando inimigos jurados precisarão cooperar na formação de um governo.

A agência de classificação de risco Standard & Poor's disse nesta terça-feira que as escolhas políticas do próximo governo da Itália serão cruciais para a credibilidade do país, destacando a necessidade de uma coalizão que possa estar de acordo com novas reformas.

O líder do Partido Democrático (PD, centro-esquerda), Pier Luigi Bersani, tem a difícil tarefa de tentar formar uma "grande coalizão" com o ex-premiê Silvio Berlusconi, a quem ele culpa por ter arruinado a Itália, ou selar um acordo com Grillo, uma completa incógnita na política italiana.

A alternativa a isso seriam novas eleições, imediatamente ou daqui a alguns meses, embora Berlusconi e Bersani já tenham declarado se opor a isso. "A Itália não pode ser desgovernada, e precisa refletir", disse Berlusconi em entrevista à sua própria rede de TV.

Já Grillo, cujo movimento obteve mais votos individualmente do que qualquer outro partido, já disse que não acredita que o próximo governo dure mais do que seis meses.

"Eles não serão capazes de governar", afirmou ele a jornalistas nesta terça-feira. "Esteja eu lá ou não, eles não serão capazes de governar."

Ele disse que poderá colaborar com qualquer um que apoiar suas propostas políticas, que variam de medidas anticorrupção a propostas energéticas com matizes ambientais. Mas rejeitou a possibilidade de formar uma coalizão formal. "Não é hora de falar em alianças ... o sistema já faliu."

A eleição representou uma forte rejeição às políticas de austeridade aplicadas pelo primeiro-ministro, Mario Monti, com apoio de credores internacionais. O resultado causou consternação na Europa.

"É um salto no vazio, que não é bom presságio nem para a Itália nem para a Europa", disse o chanceler espanhol, José Manuel García-Margallo.

"O crucial agora é que um governo estável e operacional possa ser construído o mais rapidamente possível", declarou o ministro alemão de Relações Exteriores, Guido Westerwellle. "Isso é do interesse não só da Itália, mas do interesse de toda a Europa."

Projeções do Centro Italiano de Estudos Eleitorais para o Senado indicavam 121 cadeiras para a centro-esquerda, 117 para a aliança centro-direitista encabeçada por Berlusconi e 54 para Grillo.

Esse cenário deixa nenhum partido com maioria no Senado, que um governo deve controlar para aprovar leis.

(Reportagem adicional de Barry Moody, Gavin Jones, Lisa Jucca, Steven Jewkes, Steve Scherer, Catherine Hornby e Massimiliano Di Giorgio)

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