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Europa

Partido do ex-premiê Mario Monti fica em 4º nas eleições italianas

25 fev 2013 - 18h43
(atualizado às 20h13)
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<p>Menos animado que Berlusconi, o atual primeiro-ministro, Mario Monti, votou em Milão</p>
Menos animado que Berlusconi, o atual primeiro-ministro, Mario Monti, votou em Milão
Foto: AFP

O ex-primeiro-ministro da Itália Mario Monti sofreu um duro revés nas eleições gerais realizadas ontem e nesta segunda-feira. A coalizão de centro que ele liderava foi apenas a quarta mais votada e está em uma posição quase irrelevante tanto no Senado como na Câmara dos Deputados.

Os italianos deram as costas àquele que assumiu a chefia de governo em novembro de 2011, após a renúncia de Silvio Berlusconi, quando foi chamado a entrar na primeira linha política para resolver o problema das contas públicas do país.

Parecem ter pesado para o resultado de Monti as políticas de austeridade promovidas por seu governo tecnocrata, entre elas um plano de ajuste de mais de 30 bilhões de euros, a reintrodução do imposto ao primeiro imóvel e reformas como a do mercado de trabalho, que pretendia "flexibilizar" a entrada e a saída dos trabalhadores das empresas.

No Senado, com 89,68% dos votos apurados, a chapa "Com Monti pela Itália", tinha 9,17% dos votos. Na Câmara dos Deputados, onde Monti se apresentava em aliança com os partidos de centro Futuro e Liberdade (FLI) e União Democrática de Centro (UDC), a coalizão somava 10,55% com 74% dos votos apurados.

Com esses resultados, o ex-primeiro-ministro ficou muito abaixo das expectativas e longe das três primeiras forças políticas do país, que superam, cada uma delas, a barreira dos 20%. Além disso, os resultados de Monti no Senado podem agravar a situação de ingovernabilidade criada devido aos resultados equilibrados da centro-direita e da centro-esquerda.

Em entrevista coletiva em Roma, quando os votos apurados superam 90%, Monti afirmou que "só amanhã será possível fazer uma avaliação mais profunda", mas destacou que os resultados alcançados são satisfatórios se for levada em conta a novidade de seu projeto político. "A notícia de instituir esta lista foi dada no último dia 4 de janeiro. Passaram apenas 50 dias e obtivemos mais de três milhões de votos. Iniciamos sem meios, sem uma estrutura e com uma experiência política limitada", declarou.

Durante a campanha, cogitava-se que a coalizão de centro-esquerda liderada por Pier Luigi Bersani, caso não conseguisse a maioria absoluta no Senado, poderia recorrer a uma aliança com Monti para obter as margens necessárias. No entanto, com os resultados atuais, o ex-comissário europeu de concorrência não obtém os números necessários para permitir uma aliança que outorgue essa maioria absoluta.

Monti apresentou sua renúncia como primeiro-ministro no dia 21 de dezembro, depois que o partido de Silvio Berlusconi, o Povo da Liberdade (PdL), lhe retirou seu apoio. Posteriormente, ele anunciou sua decisão de entrar na batalha eleitoral à frente de uma coalizão de formações de centro, que se mostraram dispostas a apoiar seu programa, de marcado teor europeísta, no qual apostava na manutenção do caminho do rigor orçamentário e em reformas a favor do crescimento.

Entretanto, a decisão de Monti de continuar na política não esteve isenta de anomalias, já que apesar aspirar à presidência do governo, seu nome não apareceu como candidato nas coalizões eleitorais devido a sua condição de senador vitalício, pois já conta com uma cadeira no Parlamento e não pode concorrer a outra.

EFE   
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