Partido de Bersani reitera que governo com Berlusconi "não é idôneo"
Partido Democrata quer convenção constituinte com todas as forças políticas para permitir a aprovação de uma série de reformas constitucionais
O Partido Democrata (PD), liderado por Pier Luigi Bersani, reiterou nesta sexta-feira que um governo de união nacional com as forças de maior representação parlamentar na Itália, entre elas a de Silvio Berlusconi, não é a solução idônea para sair da situação de ingovernabilidade surgida após as eleições.
A formação comunicou sua posição ao presidente da República, Giorgio Napolitano, durante a reunião que mantiveram em Roma no marco da nova rodada de consultas que o chefe do Estado está promovendo hoje com as principais forças políticas do país.
Esta rodada de reuniões acontece um dia depois que Bersani, líder da centro-esquerda, vencedor das eleições, mas que não conta com os números necessários no Senado para sua posse, fracassou em sua busca de apoios para a formação do Executivo.
No entanto, o partido progressista expressou ao chefe do Estado que apoiarão de forma responsável às decisões que adotará após ter assumido as rédeas deste novo rodízio de contatos para dotar a Itália de um governo.
"As fortes diferenças entre as forças políticas fazem com que um governo de união nacional com as forças políticas tradicionais não seja idôneo", explicou o vice-secretário do PD, Enrico Letta, que hoje foi o representante da formação que se reuniu com Napolitano, no lugar de Bersani, que não participou do encontro.
Além disso, Letta acrescentou que "os muitos 'nãos' recebidos nos últimos dias" durante a rodada de consultas conduzida por Bersani, depois que Napolitano lhe encarregasse a busca de apoios para a formação de seu governo, e os "nãos" escutados durante o dia de hoje, põem em perigo a possibilidade de "mudança" exigida pelos cidadãos através do voto.
Letta explicou ainda que durante o encontro com Napolitano, o PD relançou a ideia de uma "convenção constituinte", com todas as forças políticas para permitir a aprovação de uma série de reformas constitucionais, como "o Senado das regiões, a redução do número de províncias, uma nova lei eleitoral e a redução do número de parlamentares", entre outros pontos.