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Europa

Partido de Berlusconi estuda governo de unidade e eleição

10 nov 2011 - 07h40
(atualizado às 08h51)
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O partido do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, está discutindo a opção de apoiar um governo de coalizão liderado pelo ex-comissário europeu Mario Monti, além de convocar eleições antecipadas, disse uma autoridade do partido nesta quinta-feira.

Mario Monti é considerado o favorito para assumir o cargo de primeiro-ministro italiano
Mario Monti é considerado o favorito para assumir o cargo de primeiro-ministro italiano
Foto: AFP

Fabrizio Cicchitto, chefe do grupo parlamentar do partido de Berlusconi, Povo da Liberdade (PDL), disse que uma decisão final ainda não havia sido tomada. Foi a primeira vez que o PDL disse que consideraria um governo de coalizão - uma opção à qual antes se opunha fortemente.

O presidente italiano, Giorgio Napolitano, nomeou Monti senador vitalício na quarta-feira, medida amplamente interpretada na mídia italiana como sinal de que ele pediria ao respeitado economista para tentar formar um governo assim que Berlusconi renunciar.

Os mercados não reagiram bem ao anúncio do atual primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, de que apresentará sua demissão após aprovar o Orçamento Geral do Estado para 2012, que inclui as reformas requeridas pela União Europeia (UE), visto que a notícia gerou incerteza sobre o que ocorrerá após a saída do líder.

Por essa razão, começou a ser trabalhada a hipótese de um governo técnico com uma personalidade à frente que coloque em acordo todas as forças políticas para tirar a Itália do precipício no qual se encontra.

Berlusconi, que sempre afirmou preferir que após sua renúncia fossem realizadas eleições, parece ter cedido após definir a escolha de Monti como "inevitável", segundo informam nesta quinta-feira os meios de comunicação italianos.

Além disso, o premiê recusa a possibilidade de um governo de transição liderado por seu sucessor, o secretário do partido Povo da Liberdade (PDL), Angelino Alfano, já que prefere "poupá-lo" para apresentá-lo como candidato a presidente nas próximas eleições.

O PDL também aprova a escolha de Monti como a "melhor solução", pois assim será possível "pedir sacrifícios que ao governo de Berlusconi não se podia pedir", explicou o parlamentar da legenda Osvaldo Napoli.

"Mario Monti pode ser a personalidade justa, será quem decidirá o que fazer", disse o presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini, que garantiu o apoio de seu partido, Futuro e Liberdade (FLI).

A ideia de um governo liderado por Monti também parece ter convencido a oposição, sobretudo porque não parece estar preparada para enfrentar eleições antecipadas.

O único partido que já anunciou que não apoiará um governo presidido pelo ex-comissário europeu e reitor da mais importante universidade de economia do país, a Bocconi, é o Itália dos Valores (IDV), que segue pressionando por eleições.

Sem resposta à crise, Berlusconi anuncia renúncia

Seu terceiro mandato como premiê italiano ficou marcado por escândalos sexuais, mas foi a crise econômica mundial o fator decisivo para o fim do atual governo de Silvio Berlusconi. Olhando para a vizinha Grécia, cujo governo também ruiu à dívida, a Itália é o segundo governo da União Europeia (UE) que passa por reconstrução neste final de 2011.

Berlusconi enfrentou e se saiu vitorioso em diversos votos de confiança no Parlamento, mas a pressão da UE pelo ajuste das contas italianas, aliada a uma crescente oposição descontente, tornaram o reino do Cavaliere insustentável. Ele prometeu renunciar após a aprovação de um pacote de medidas econômicas, o que irá encerrar seu terceiro mandato (1994-95, 2001-06 e 2008 até o momento).

Com informações das agências Reuters e EFE

Fonte: Terra
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