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Europa

Para China, ir contra referendo na Crimeia traria confronto

16 mar 2014 - 06h36
(atualizado às 06h45)
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O governo da China, que se absteve na votação do Conselho de Segurança da ONU contra o referendo que acontece neste domingo na Crimeia, garantiu que a aprovação de uma resolução nesse sentido "só traria confronto e maiores complicações ao conflito".

"A China não está de acordo em tomar uma medida de confronto", acrescentou em comunicado o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Qin Gang, que pediu como alternativa a adoção de soluções políticas.

O regime comunista, que tem direito a veto por ser membro permanente do Conselho de Segurança, não exerceu este direito na votação de ontem, que pretendia declarar inválido o referendo na região ucraniana da Crimeia e pedia o seu não reconhecimento internacional.

A China foi um dos países que enviou observadores à consulta popular, vai "respeitar sempre a soberania e a integridade territorial da Ucrânia", embora Pequim "tenha levado em consideração as complexas causas atuais da situação na Ucrânia", destacou Qin.

Com essas palavras, o porta-voz mostrou a posição ambígua da China ao conflito, já que por um lado o gigante asiático é reticente a qualquer movimento separatista, pela existência de movimentos independentistas também dentro de seu território, mas por outro é tradicional aliado da Rússia em questões internacionais nos anos recentes, incluindo os conflitos de Líbia e Síria.

"No contexto atual, pedimos a todas as partes que permaneçam calmas e se contenham para evitar uma escalada das tensões", assinalou a fonte oficial chinesa, acrescentando que o regime comunista continua disposto a mediar uma hipotética solução política.

Diante da abstenção da China, a Rússia vetou ontem a resolução e os outros 13 países do Conselho de Segurança votaram a favor do texto, apresentado pelos Estados Unidos e respaldado por toda a União Europeia e outros países como Japão e Turquia.

A república separatista da Crimeia abriu hoje os colégios eleitorais para realizar o referendo no qual seus habitantes optarão entre a reunificação com a Rússia ou a ampla autonomia no seio da Ucrânia.

EFE   
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