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Europa

Papa pede perdão por perseguições a valdenses

22 jun 2015 - 15h12
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O papa Francisco pediu perdão em nome da Igreja Católica para a perseguição dos valdenses, movimento fundado no século XII por Pedro Valdo, que pregava a prática da pobreza e a pregação itinerante.

"Em nome da Igreja Católica peço perdão. Em nome de Cristo, perdoem-nos", disse o Papa durante sua visita a Turim (norte da Itália) a um templo Valdense, a primeira de um pontífice.

Fundado no século XII, quatro séculos antes da Reforma Protestante de Martinho Lutero, o movimento foi considerado herético um século mais tarde e, portanto, duramente perseguidos por ordem dos Papas.

Muitos de seus seguidores foram massacrados durante a Idade Média.

A chamada Mesa Valdense é atualmente considerada uma igreja evangélica ou protestante, que tem 45 mil fiéis, dos quais 30 mil na Europa e também está presente na América Latina, particularmente no Uruguai.

"Eu aprendi muito" com eles, admitiu a Papa argentino ao mencionar a comunidade Valdense do Rio de la Plata, que conheceu quando foi arcebispo de Buenos Aires, na Argentina.

"Em nome da Igreja Católica peço perdão por atitudes não-cristãs e desumanas contra vocês", lamentou Francisco.

"Infelizmente isso aconteceu e continua a acontecer que outros cristãos não aceitem a sua diversidade e acabam fazendo guerra uns contra os outros", lamentou o papa.

Entre os convidados estava o "moderador" da Igreja Valdense uruguaia, Oscar Oudrie, que fez um discurso de boas-vindas com os pastores Paolo Ribet, da comunidade de Turim ,e Eugenio Bernardini, moderador da Mesa Valdense.

"O Papa aceitou quebrar uma parede histórica construída há oito séculos", disse por sua parte Bernardini.

O pastor reconheceu que no passado foram excomungados porque "faziam parte de um movimento de evangelização popular, liderado por leigos", que não empregava o latim.

O líder religioso valdense pediu para que a classificação como "comunidade" deligiosa determinada pelo Concílio Vaticano II (1962-1965) seja eliminada, uma vez que esperam ser considerados uma igreja.

"Toda igreja precisa das outras para realizar sya própria vocação. Não podemos ser cristãos sozinhos", disse ele.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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