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Europa

Papa pede compromisso de 'respeito mútuo' entre cristãos e muçulmanos

11 ago 2013 - 08h40
(atualizado às 10h00)
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O papa Francisco reza a oração do Ângelus diante da Praça de São Pedro, no Vaticano
O papa Francisco reza a oração do Ângelus diante da Praça de São Pedro, no Vaticano
Foto: EFE

O papa Francisco expressou neste domingo, durante a tradicional reza do Ângelus, seu desejo de que os cristãos e os muçulmanos se comprometam a promover o "respeito mútuo", sobretudo através da educação dos mais jovens. Da varanda do Palácio Apostólico vaticano, na Praça de São Pedro, o Pontífice - que, ao contrário de seu antecessor, Bento XVI, passa o verão no Vaticano - quer ter próximos os muçulmanos que recentemente viveram o fim do mês do Ramadã, os quais chamou de "irmãos".

"Gostaria de dedicar uma saudação aos muçulmanos do mundo inteiro, a nossos irmãos, que há pouco realizaram a conclusão do mês do Ramadã, dedicado particularmente ao jejum, à reza e à esmola", afirmou Francisco. "Como escrevi em minha mensagem por essa circunstância, desejo que os cristãos e os muçulmanos se comprometam a promover o respeito mútuo, especialmente através da educação das novas gerações", acrescentou.

Em uma manhã quente e ensolarada na Cidade do Vaticano, o líder religioso falou também sobre o desejo de encontrar Deus, cujo amor, segundo ele, é "o verdadeiro tesouro do homem, o que dá sentido às pequenas coisas do dia a dia". "Perguntemo-nos: onde está meu tesouro? Qual é para mim a realidade mais importante, mais prezada, a realidade que atrai meu coração como um imã? Posso dizer que é o amor de Deus?", questionou.

"Alguém pode me responder: padre, eu sou alguém que trabalha, que tem família. Para mim, a realidade mais importante é a de levar adiante minha família, meu trabalho. Certamente é verdade, é importante, mas qual é a força que mantém a família unida? É exatamente o amor de Deus o que dá sentido aos pequenos compromissos diários e o que ajuda a enfrentar as grandes provas. Este é o verdadeiro tesouro do homem. E o amor de Deus não é algo vago, um sentimento genérico, o amor de Deus tem nome e rosto: Jesus Cristo", destacou.

De acordo com Francisco, é justamente o amor de Deus que dá sentido a todas as outras coisas: "Não podemos amar o ar, mas amamos as pessoas. O amor de Deus dá valor e beleza a todo o resto: à família, ao trabalho, ao estudo, à amizade, à arte e a toda atividade humana", salientou o Pontífice, que disse ainda que esse amor dá sentido inclusive a acontecimentos tidos pelas pessoas como ruins.

"Esse amor dá sentido também às experiências negativas, porque nos permite ir em frente, não ficar prisioneiros do mal, e sim ir além. Abre-nos sempre à esperança, ao horizonte final de nossa peregrinação. Assim, até os cansaços, quedas e pecados ganham um sentido, porque o amor de Deus nos perdoa", finalizou.

Francisco lembrou que na próxima quinta-feira será celebrada a festividade da Assunção de Maria, ocasião na qual irá à cidade de Castel Gandolfo, 30 quilômetros ao sul de Roma, para celebrar uma missa e dirigir a reza do Ângelus.

Deslocaram-se neste domingo até São Pedro do Vaticano membros do comitê contra a instalação de um novo aterro sanitário em Falcognana, ao sul da cidade, para chamar a atenção do Papa. Os manifestantes exibiram cartazes com palavras de ordem como "papa Francisco, ajude" ou "Estrago para o Amor Divino", em referência ao santuário próximo aos terrenos que receberão o novo aterro, contra o que também protestam os religiosos do lugar.

EFE   
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