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Europa

Papa inaugura Sínodo, que deve buscar, acolher e acompanhar o ser humano

4 out 2015 - 08h32
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O papa inaugurou neste domingo o Sínodo Ordinário para a Família com uma missa na Basílica de São Pedro e, em sua homilia, chamou a "buscar, acolher e acompanhar" o ser humano atual "em um contexto social e matrimonial bastante difícil".

O papa analisou o contexto social em que a família está inscrita atualmente e, em sua alocução, se centrou em três aspectos: a solidão, o amor entre o homem e a mulher e a família.

Francisco falou da solidão como "o drama que ainda aflige muitos homens e mulheres", os idosos, as pessoas abandonadas por seus parceiros, os imigrantes que fogem da guerra e oos jovens "vítimas da cultura do consumo".

O papa descreveu uma sociedade globalizada que, paradoxalmente, adoece da ausência "do calor do lar e da família, em que cada vez mais pessoas se sentem sozinhas e se encerram no egoísmo, na melancolia, na violência destrutiva".

Quanto ao amor entre homem e mulher, ele afirmou que "nada faz mais feliz um homem do que um coração que se assemelhe a ele, que o corresponda, o ame e que acabe com a solidão".

Neste sentido lamentou a falta de seriedade na hora de "levar adiante uma relação sólida e fértil, e denunciou que o amor durável, fiel, reto, estável, fértil é cada vez mais objeto de deboche e considerado algo antiquado".

O pontífice disse que "parece que as sociedades mais avançadas são precisamente as que têm a porcentagem mais baixa de taxa de natalidade e a maior média de abortos, de divórcios, de suicídios e de poluição ambiental e social".

Por último abordou a questão capital do Sínodo, a família, e defendeu a instituição do casamento que, recalcou, "não é uma utopia de adolescente, mas um sonho sem o qual sua criatura estará destinada à solidão".

Diante deste "contexto social e matrimonial bastante difícil", Francisco afirmou que a Igreja está destinada a viver sua missão na fidelidade, na verdade e na caridade.

"Uma fidelidade que defenda a sacralidade de toda a vida, uma verdade que não muda segundo as modas passageiros ou as opiniões dominantes, e uma caridade que não assinala com o dedo para julgar s outros, mas que deve buscar e curar os casais feridos".

Após a missa de inauguração, o papa presidiu a reza do Ângelus dominical e, desde a janela do Apartamento Apostólico, pediu que "não sejamos a sociedade-fortaleza, mas a sociedade-família, capaz de acolher, com regras adequadas" os que sofrem ou fogem da guerra.

A XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo de Bispos terminará em 25 de outubro e, nestas três semanas, os 270 padres sinodais, entre cardeais, bispos, párocos e religiosos, abordarão questões que rodeiam ao âmbito familiar.

Os padres eleitores são: 107 europeus, 64 americanos, 54 africanos, 36 asiáticos e nove da Oceania.

Também discursarão 24 especialistas, 51 auditores, 14 delegados fraternos (os de outras religiões) e 18 casais e pais e mães de família que exporão suas experiências cotidianas.

Como já foi revelado ano passado, alguns dos temas que aquecerão mais o debate serão a questão da comunhão aos divorciados que voltaram a se casar e o tratamento que a Igreja deve dar aos homossexuais.

A cada semana os debates se desenvolverão sob um argumento específico: "Escutar os desafios da família", "O discernimento das vocação familiar" e "A missão da família de hoje em dia".

Por outro lado, os chamados Círculos Menores, os grupos dos participantes divididos por idiomas, elaborarão um documento de resumo de cada tema com os quais se redigirá um texto final de conclusões que será submetido a votação em 24 de outubro.

Tudo é para oferecer conselho nesta matéria ao pontífice, que poderá redigir um documento pós-sinodal ou se inspirar diretamente nas conclusões para governar sua Igreja e promover medidas.

EFE   
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