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Europa

Papa: comunistas 'roubaram' bandeira da pobreza da Igreja

29 jun 2014 - 09h42
(atualizado às 09h43)
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O papa Francisco afirmou que os comunistas roubaram da Igreja Católica a causa ou "a bandeira dos pobres", que em sua opinião "é cristã" já que se situa no centro do Evangelho há 20 séculos. "Os comunistas nos roubaram a bandeira. A bandeira dos pobres é cristã (...). Os comunistas dizem que tudo isso (luta contra a pobreza) é algo comunista. Sim, claro, como não? Mas 20 séculos depois (da escritura do Evangelho). Quando eles falam, nós poderíamos responder: 'Mas se vocês forem cristãos!'", disse.

A declaração foi dada pelo pontífice em entrevista publicada neste domingo pelo jornal italiano "Il Messaggero", na qual aborda temas como a política, a queda da natalidade na Europa, o papel da mulher na Igreja Católica e a exploração infantil.

O papa lembrou seus anos em Buenos Aires e disse ter sentido "dor" quando lhe advertiram que havia meninas de 12 anos que se prostituiam em suas ruas. "Me informei e efetivamente era assim. Me doeu. Mas me doeu mais ver como carros grandes dirigidos por idosos paravam frente às meninas para pagar 15 pesos que usavam para comprar droga. Para mim esses idosos também são pedófilos", afirmou.

O papa Francisco também se mostrou preocupado com a queda da natalidade na Europa, um continente que, segundo sua opinião, parece ter se "cansado de ser mãe e hoje prefere ser avó". "O outro dia estava lendo uma estatística sobre as prioridades de compra da população em nível mundial. Alimentos, roupas e remédios eram seguidos por cosméticos e despesas com animais", contou.

A estatística fez o papa dizer que a queda da natalidade e a alta na manutenção de animais de estimação acontece porque "a relação afetiva com os animais é mais fácil e majoritariamente programável" já que "não são livres", enquanto ter um filho é "algo complexo".

Por outro lado, Francisco reconheceu que o papel da mulher -"a coisa mais bela que Deus fez"- na Igreja não ocupa o lugar que é correspondente a ela, mas enfatizou que Igreja está trabalhando sobre a teologia da mulher. Bergoglio, além disso, voltou a assinalar a decadência atual da política, "arruinada" pela corrupção e os escândalos econômicos.

"A corrupção, infelizmente, é um fenômeno mundial. Há chefes de Estado presos por isso. Refletido muito, cheguei à conclusão de que muitos males aumentam, sobretudo, em épocas de mudança", referiu.

EFE   
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