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Europa

Pais que tiraram filho doente de hospital são libertados

O menino recebia tratamento para um tumor no cérebro

2 set 2014 - 18h38
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Longe do pais, que estão detidos, Ashya King recebeu a visita de seu irmão na última segunda-feira
Longe do pais, que estão detidos, Ashya King recebeu a visita de seu irmão na última segunda-feira
Foto: Arquivo pessoal

Os pais do menino Ashya King – que retiraram o garoto doente de um hospital na Grã-Bretanha e o levaram à Espanha, para que ele pudesse ter acesso a outro tratamento para o tumor que tem no cérebro – foram libertados nesta terça-feira de uma prisão espanhola.

Brett e Naghermeh King haviam sido presos a pedido das autoridades britânicas, que pediam a extradição deles. Mas, mais cedo também nesta terça, a promotoria britânica anunciou que estava retirando o mandado de prisão europeu contra eles.

Explicando a decisão, a promotoria disse que não enxergava “grande ou imediato risco” à saúde do menino, “como se pensava originalmente”.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, parabenizou os promotores pela decisão.

"É importante que o garoto seja tratado e receba o amor de sua família", disse ele em sua conta no Twitter.

Petição

Os pedidos pela liberação dos King ganharam força desde sábado, quando o casal foi detido na Espanha. Mais de 180 mil pessoas assinaram uma petição online.

Um dos criadores da petição, Ethan Dallas, de 16 anos, diz ser amigo de um dos irmãos de Ashya. Segundo Dallas, a família King não havia recebido o tratamento adequado neste caso, e os pais do menino apenas buscavam o melhor tratamento disponível para ele.

Os pais de Ashya vinham sendo mantidos em uma prisão nos arredores da capital, Madri, enquanto o garoto de cinco anos está sendo tratado em um hospital na cidade de Málaga, no sul da Espanha.

Ashya está neste hospital desde que, na última quinta-feira, foi levado por seus pais de um hospital na cidade de Southampton, no sul da Inglaterra, contra a vontade dos médicos.

Seus pais justificaram seu comportamento ao dizer que um tipo de tratamento para o câncer de Ashya, conhecido como "protonterapia", não estava disponível no sistema público de saúde do Reino Unido.

O pedido de prisão havia sido emitido no último sábado, sob alegações de negligência. No mesmo dia, o casal foi detido.

Um dos irmãos de Ashya obteve permissão para visitá-lo na noite de segunda-feira.

Apoio

O plano de cancelar o pedido de prisão foi elaborado por promotores em uma audiência na Prefeitura de Portsmouth, em que era solicitado que Ashya fosse colocado sob custódia da Justiça.

Antes da audiência, o chefe de Polícia de Hampshire, Andy Marsh, disse em uma carta que o pedido de prisão só havia sido feito para auxiliar nas buscas pelo garoto.

"Nosso objetivo era garantir sua segurança, não impedi-lo de receber o apoio de sua família neste momento difícil", Marsh escreveu. "Independentemente do que aconteceu, acreditamos que Ashya precisa tanto de tratamento médico quanto de seus pais a seu lado."

O vice-premiê Nick Clegg já havia pedido que os pais de Ashya fossem liberados para poderem estar com o menino. "Esta família passa por uma angústia tão grande que chegou a adotar uma medida extrema como essa, de tirar seu filho doente do hospital e levá-lo para outro país, acreditando que isto é o melhor para o menino", disse Clegg.

Uma investigação interna sobre o caso está em curso no Hospital Geral de Southampton, segundo fontes da BBC.

Uma porta-voz do hospital disse que a possibilidade tratar o menino com a protonterapia foi discutida.

O advogado da família King, Juan Isidro Fernandez Diaz, disse que tomará as medidas legais cabíveis contra o hospital de Southampton.

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