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Europa

Otan: incursão da Rússia na Ucrânia levaria de 3 a 5 dias

Segundo comandante da Otan, número de soldados na fronteira da Ucrânia permitiria fácil e rápida incursão da Rússia no país

2 abr 2014 - 21h10
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Reunião da comissão Otan-Ucrânia, na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte, em Bruxelas, na Bélgica, nesta terça-feira. 01/04/2014
Reunião da comissão Otan-Ucrânia, na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte, em Bruxelas, na Bélgica, nesta terça-feira. 01/04/2014
Foto: Jacquelyn Martin / Reuters

A Rússia já reuniu as forças necessárias na fronteira da Ucrânia para o caso de decidir realizar uma "incursão" no país.

Segundo um alto comandante militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a Rússia poderia alcançar o seu objetivo em três a cinco dias, caso quisesse entrar na Ucrânia. 

Definindo a situação como "incrivelmente preocupante", o comandante supremo dos aliados da Otan na Europa, o general da Força Aérea norte-americana Philip Breedlove, disse que a Otan tinha visto sinais de movimento em uma parte muito pequena da força russa durante a noite, mas não possui nenhuma indicação de que isso faça parte de uma retirada para os quartéis.

A ocupação e anexação da região ucraniana da Crimeia pela Rússia causou a crise mais profunda nas relações Leste-Oeste desde a Guerra Fria, o que levou os Estados Unidos e a Europa a impor sanções a Moscou. Eles disseram que vão endurecer as punições se a Rússia for além da Crimeia e invadir o leste da Ucrânia.

Um militar russo direciona tanques russos após sua chegada na Crimeia, perto do povoado de Gvardeiskoye, que fica próximo à Simferopol. O número de soldados russos na fronteira com a Ucrânia está diminuindo, disse uma autoridade do Ministério da Defesa da Ucrânia nesta segunda-feira, mas isso pode não representar um recuo das forças russas, alertou. 31/03/2014
Um militar russo direciona tanques russos após sua chegada na Crimeia, perto do povoado de Gvardeiskoye, que fica próximo à Simferopol. O número de soldados russos na fronteira com a Ucrânia está diminuindo, disse uma autoridade do Ministério da Defesa da Ucrânia nesta segunda-feira, mas isso pode não representar um recuo das forças russas, alertou. 31/03/2014
Foto: Stringer / Reuters

Chefes militares da Otan temem que a força russa na fronteira com a Ucrânia, que eles estimam tenha ao redor de 40 mil soldados, possa representar uma ameaça para o leste e sul da Ucrânia.

"Essa é uma força muito grande, muito capaz e muito pronta", disse Breedlove em entrevista à Reuters e ao The Wall Street Journal.

As forças da Rússia incluem aeronaves e apoio de helicópteros, bem como hospitais de campanha e aparatos de guerra eletrônica, "todo o conjunto que seria necessário para ter sucesso em uma incursão na Ucrânia, se houver essa decisão", disse Breedlove.

"Achamos que estão prontas para agir e pensamos que poderiam realizar os seus objetivos dentro de três a cinco dias, se direcionadas para agirem."

<a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/mundo/ucrania-x-russia/" data-cke-526-href="http://noticias.terra.com.br/mundo/ucrania-x-russia/">veja o infográfico</a>

A Rússia diz não ter a intenção de invadir o país vizinho, embora desde a derrubada em fevereiro do presidente ucraniano Viktor Yanukovich, apoiado por Moscou, o país reafirme seu direito de intervir para proteger a etnia russa, se necessário.

Uma maior intervenção russa na Ucrânia seria um "erro histórico" que iria aprofundar o isolamento internacional de Moscou, disse nesta quarta-feira o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen.

Breedlove afirmou que a Rússia pode ter vários possíveis objetivos: uma incursão no sul da Ucrânia para estabelecer um corredor em terra para a Crimeia; ir além da Crimeia até o porto ucraniano de Odessa, no Mar Negro; ou até mesmo ameaçar se conectar à Transdnístria, região separatista da Moldávia onde a maioria da população é de língua russa, a oeste da Ucrânia.

<a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/mundo/crimeia/" href="http://noticias.terra.com.br/mundo/crimeia/">veja o infográfico</a>

A Rússia também tem forças ao norte e nordeste da Ucrânia que poderiam entrar no leste ucraniano se Moscou ordenar, disse Breedlove.

Ele declarou que a Otan não planeja nenhuma resposta militar aos acontecimentos na Ucrânia, que não é um membro da aliança atlântica: "Nós realmente precisamos resolver isso de maneira pacífica, pois um conflito militar seria muito caro para a Europa e para as nações envolvidas."

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