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Europa

Opositores líbios tomam controle da embaixada da Líbia em Paris

25 fev 2011 - 07h50
(atualizado às 08h59)
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Um grupo de opositores líbios, que se anunciam como "filhos da revolução", tomou o controle da embaixada da Líbia em Paris.

info infográfico líbia infromações sobre o país
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Foto: AFP

"Assumimos o controle da embaixada", declarou uma fonte do movimento, que pediu anonimato, enquanto um cordão policial impedia a entrada no edifício e em particular a entrega de alimentos aos jovens manifestantes.

Os opositores, que chegariam a 30 pessoas, ocupam a embaixada desde a noite de quinta-feira. Eles expulsaram os funcionários do local.

O grupo ameaça cometer suicídio coletivo no caso de intervenção da polícia. Os manifestantes içaram no local a antiga bandeira líbia, anterior à chegada ao poder de Muammar Kadafi em 1969.

"O embaixador perdeu a legitimidade porque se nega a dar apoio ao povo líbio", afirmou a mesma fonte, antes de acrescentar que o objetivo é "libertar" todo o território líbio, incluindo as embaixadas no exterior.

A repressão ordenada pelo ditador Muamar Kadhafi aos protestos contra seu regime deixaram 300 mortos, segundo o balanço oficial, mas a Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) registrou pelo menos 640 mortes. Outros balanços não confirmados mencionam mais de mil mortos.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta do que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que Força Aérea líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.

Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renuncioue pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbiostambém pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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