Obama diz que Otan aprovou novo sistema de defesa antimísseis
Os líderes da Otan concordaram na sexta-feira com o desenvolvimento de um escudo antimísseis para proteger todos os países da aliança na Europa e também os Estados Unidos, segundo o presidente norte-americano, Barack Obama.
O sistema envolverá a instalação de interceptadores de mísseis e radares dos EUA na Europa. Autoridades dizem que os 28 governos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) investirão conjuntamente cerca de US$ 280 milhões na incorporação dos atuais sistemas antimísseis ao sistema norte-americano.
"Ele oferece um papel para todos os nossos aliados. Ele responde às ameaças dos nossos tempos", disse Obama a jornalistas em Lisboa, onde ele participa da cúpula da Otan.
Os líderes da aliança devem convidar a Rússia, que era inimiga da Otan durante a Guerra Fria, para participar do escudo antimísseis. A proposta será apresentada no sábado ao presidente Dmitri Medvedev em Lisboa.
"Amanhã esperamos trabalhar com a Rússia para construir nossa cooperação com eles nessa área também, reconhecendo que partilhamos muitas das mesmas ameaças", disse Obama.
A Otan espera atenuar as preocupações da Rússia quanto à destinação do sistema antimísseis, e para isso espera envolver o Kremlin em algumas decisões, mas sem comprometer os vários anos de trabalho já realizados na preparação do novo sistema.
Obama disse que o escudo da Otan será construído em torno do sistema dos EUA, conhecido como Abordagem Adaptativa por Fases, que ele anunciou no ano passado.
Isso envolverá a instalação de interceptadores de mísseis em navios no mar Mediterrâneo a partir de 2011, interceptadores no território da Romênia a partir de 2015, e na Polônia a partir de 2018.
Os EUA também pretendem instalar um radar na Turquia, outro país da Otan.
Funcionários da aliança costumavam dizer que o sistema antimísseis se destina a conter ameaças vindas do Oriente Médio, especialmente do Irã. Até 2020, o sistema deve ser capaz de neutralizar Mísseis Balísticos Intercontinentais, os de maior alcance.
Por causa das objeções da Turquia à identificação explícita de determinados Estados como ameaças, a Otan parou de se referir ao Irã para explicar a necessidade do novo sistema.
Diplomatas da Otan dizem que os detalhes, inclusive de comando e controle, serão resolvidos posteriormente.
Eles afirmaram que as expectativas são de que o novo escudo antimísseis seja operado por meio da atual estrutura de comando da Otan, em parceria com os comandos militares nacionais, como já acontece com a defesa aérea.