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Mundo

Novo escândalo na Itália amplia a pressão sobre Berlusconi

16 set 2011 - 12h49
(atualizado às 13h11)
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O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, assolado por escândalos, enfrentava nova dor-de-cabeça política e judicial nesta sexta-feira, com índices de aprovação caindo e novas revelações de festas e jovens pagas por sexo.

Com o governo federal se esforçando para conter uma tempestade no mercado financeiro que pode tirar do controle sua dívida pública de 1,9 trilhão de euros (2,6 trilhões de dólares), os problemas legais de Berlusconi são uma distração cada vez mais surreal da crise.

A seção política dos jornais desta sexta-feira estava lotada de fotografias de mulheres jovens ligadas a Berlusconi e ao empresário Giampaolo Tarantini, suspeito de fornecer prostitutas para as festas particulares do primeiro-ministro italiano.

O advogado de Berlusconi, Niccolo Ghedini, divulgou um comunicado dizendo que o premiê desconhecia qualquer ligação entre Tarantini e prostituição, e repetiu que não havia nada escandaloso sobre as noites "festivas" em suas residências.

Berlusconi não está diretamente implicado no caso, embora magistrados queiram entrevistá-lo como testemunha em uma investigação relacionada com extorsão.

Os jornais cobriram em profusão as dezenas de "garotas papi", mostrando revelações novas de uma investigação sobre Tarantini, um empresário da cidade de Bari, no sul da Itália, que é suspeito de fornecer mulheres em troca de favores envolvendo negócios.

"Gianpi, quem você está trazendo para mim esta noite?", teria perguntado Berlusconi na transcrição de uma conversa gravada com Tarantini, preso com sua mulher no início deste mês. Após completar a investigação, promotores agora vão pedir a um juiz que o caso vá a julgamento.

Uma mulher, a atriz Manuela Arcuri, virou heroína no Twitter depois que as gravações mostraram que ela recusou várias vezes os pedidos de Tarantini para frequentar as festas.

ESCÂNDALO

O primeiro-ministro criticou a imprensa "anti-italiana" e a oposição e o que ele chamou de juízes "comunistas" que, segundo ele, teriam planejado os casos com o objetivo de tirá-lo do cargo.

Mas as últimas revelações - separadas do caso "Rubygate", no qual Berlusconi é acusado de pagar para fazer sexo com uma menor de idade - emaranham ainda mais a teia ao redor do político de 74 anos.

A oposição pede que Berlusconi renuncie, dizendo que seus problemas legais e as lutas internas da coalizão o impedem de desempenhar uma liderança eficaz na crise que agora ameaça toda a zona do euro.

A Itália, a terceira maior economia da zona do euro e está sob forte pressão para aprovar duras reformas para reduzir as dívidas e reviver sua economia estagnada.

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