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Europa

Netanyahu minimiza culpa de Hitler e condena palestinos

Declarações causaram polêmica dentro e fora de Israel

21 out 2015 - 16h13
(atualizado às 16h31)
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Foto: Getty Images

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, causou polêmica nesta quarta-feira, após declarar que Adolf Hitler não queria "exterminar" os judeus, mas expulsá-los da Europa, enquanto o mufti de Jerusalém Haj Amin Al-Husseini foi quem lançou a ideia de uma "solução final" para eles.

Segundo Netanyahu, em discurso durante o Congresso Mundial Sionista, al-Husseini disse a Hitler que se fossem expulsos, os judeus seriam levados à Palestina, por isso era precisa matá-los. Questionado, o primeiro-ministro israelense respondeu que não queria absolver o líder nazista, mas mostrar que o pai da nação palestina pediu a destruição do povo hebreu e continua a ser admirado.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, disse que o premier está querendo mudar a história do povo judeu. Para o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, as declarações são "moralmente indefensáveis e incendiárias".

"Netanyahu odeia tanto os palestinos que está disposto a absolver Hitler do assassinato de seis milhões de judeus", apontou. Ainda de acordo com Erekat, os esforços palestinos contra o regime nazista estão profundamente enraizados em sua história e seu povo nunca irá se esquecer disso. "Apesar de parecer que o governo extremista de Netanyahu não se lembra, essas palavras irão aprofundar nossas diferenças em um momento em que uma paz justa e duradoura é mais necessária do que nunca", apontou.

Em Israel, o líder opositor Isaac Herzog chamou atenção para a "perigosa distorção" dos fatos e pediu que o premier "se corrija imediatamente, pois minimiza o Holocausto e a responsabilidade de Hitler nesta terrível tragédia para nosso povo".

"Como o filho de um historiador, ele deveria ser mais acurado", disse, acrescentando que "existiu apenas um Hitler".

Em entrevista à ANSA, o diretor do Centro Simon Wiesenthal em Jerusalém, Efraim Zuroff, disse que a declaração é "completamente infundada" e que "Hitler não precisava ser convencido por ninguém".

Mais tarde, arrependimento

Pouco depois, Netanyahu voltou atrás e afirmou que Adolf Hitler "é o responsável da Solução Final", apesar de insistir que foi incitado pelo mufti de Jerusalém, Hajj Amin el Husseini. "É absurdo. Nunca tive a intenção de absolver Hitler de sua responsabilidade de exterminar o povo judeu na Europa. Hitler é o responsável da Solução Final. Ele tomou a decisão", ressaltou aos meios de comunicação pouco antes de partir para a Alemanha em visita oficial.

No entanto, Netanyahu insistiu que o mufti, um dos dirigentes árabes da época na Palestina sob Mandato Britânico, o "incitou" a isso, e "seria absurdo virar a cara" a esse fato.

* Com informações da EFE

Fonte: Ansa
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