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Europa

Morte de criança aponta erros dos serviços sociais britânicos

1 ago 2013 - 16h04
(atualizado às 16h40)
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A morte de uma criança de 4 anos, Daniel Pelka, por repetidos episódios de maus-tratos causou polêmica nesta quinta-feira no Reino Unido depois da descoberta de que os serviços sociais não agiram corretamente.

O processo contra Magdelena Luczak, 27 anos, e seu companheiro, Mariusz Krezolek, 34 anos, que se desenrola em Birmingham, revelou uma série de supostos erros no sistema público que não protegeram o menino adequadamente.

Daniel morreu em março de 2012 depois de permanecer 33 horas trancado em um quarto sem calefação e com um ferimento na cabeça causado por seus pais, que o maltratavam com frequência.

Tanto a mãe da criança como seu companheiro foram declarados culpados pela morte da criança, apesar de que a pena só será divulgada na sexta-feira.

Os escabrosos detalhes apresentados pelo legista encarregado da investigação revelaram que Daniel suportou inumeráveis humilhações e torturas físicas durante muito tempo e que os serviços sociais e a polícia falharam.

Seus professores advertiram que a criança ia à aula com machucados no pescoço e hematomas nos olhos, mas inexplicavelmente nem os agentes locais nem os serviços sociais tomaram à frente no assunto.

"Nunca poderemos prever a morte de crianças", declarou Andrew Webb, da Associação de Diretores de Serviços Infantis, à emissora BBC, e reconheceu um aumento de casos nos últimos anos e uma possível negligência por parte do sistema.

Estima-se que entre 50 e 70 crianças morram a cada ano pelas mãos de seus pais no Reino Unido, um número que aumentou nos últimos quatro anos, apontam as estatísticas dos serviços sociais.

A morte de Daniel impulsionou uma investigação sobre a resposta do governo nestes casos e provocou a indignação dos políticos. Em declarações a uma emissora britânica, o vice-primeiro-ministro, Nick Clegg, descreveu o assassinato do menor como "vil e malvado", mostrando sua surpresa com o silêncio social.

"Claramente o povo tinha que ter visto que esta criança passava por algo ruim. Acho que sua morte deveria estar em nossas consciências", afirmou o liberal-democrata, que sugeriu a possibilidade de o governo "simplificar" o sistema de proteção de menores.

EFE   
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