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Europa

Morre dissidente Alexandre Lavout, que denunciou violações na URSS

23 jun 2013 - 19h24
(atualizado às 21h35)
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O dissidente Alexandre Lavout, companheiro do prêmio Nobel da Paz, Andreï Sakharov, na luta pelos direitos humanos na União Soviética e ex-preso político, morreu neste domingo em Moscou, aos 83 anos.

Especialista em matemática e geofísica, Alexandre Lavout foi condenado em 1980 a 3 anos de trabalhos forçados pela "divulgação de calúnias anti-soviéticas", por sua participação na principal publicação clandestina da dissidência que apontava as violações de direitos humanos na URSS.

Ele também foi acusado de ter distribuído o Arquipélago Gulag, de Alexandre Soljenitsyne, em publicações datilografadas proibidas.

No final da pena, Alexandre Lavout foi preso novamente e condenado, desta vez, a 5 anos de prisão domiciliar em uma vila da região de Khabarovsk, no extremo Oriente russo, a cerca de 6.700 quilômetros de Moscou.

Alexandre Lavout também fez parte do primeiro grupo organizado da dissidência, o grupo da iniciativa pela Defesa dos direitos do homem, criado em 1969. Ele contribuiu muito para tornar conhecido no Ocidente o destino dos tártaros da Crimeia, deportados por Stalin na Ásia central e impedidos de voltar a Crimeia até a queda da União Soviética, em 1991.

"É difícil medir o que ele fez para recolher e divulgar informações da luta pelos direitos humanos em nosso país. Alexandre Lavout teve a coragem de assumir sua posição de cidadão que se opões ao mal e à violência", escreveu o acadêmico dissidente Andreï Sakharov após a condenação de Lavout.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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