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Europa

Militar é ferido em Paris e governo não descarta terrorismo

25 mai 2013 - 22h52
(atualizado às 23h22)
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Um militar de patrulha da unidade antiterrorista foi agredido neste sábado com arma branca em La Défense, na periferia oeste de Paris. As autoridades ainda não descartam que tenha sido um ato deliberado de natureza terrorista.

A Procuradoria antiterrorista de Paris foi encarregada da investigação, informou à AFP Robert Gelli, procurador de Nanterre, distrito do bairro comercial e de negócios de La Défense. Esse foi o primeiro ataque desse tipo a um militar na França desde o assassinato, em março de 2012, de três paraquedistas em Toulouse, sul do país. Eles foram mortos por Mohamed Merah, um jovem adepto do Islã radical, que também matou três crianças e um professor judeu.

A agressão ocorre três dias depois do assassinato, em Londres, na última quarta-feira, de um soldado britânico por parte de dois islamitas. Em um primeiro momento, os investigadores não viram relação entre os dois episódios. "Até agora" não se estabeleceu nenhum vínculo com o assassinato em Londres de um soldado britânico, mas "devemos olhar todas as hipóteses", declarou o presidente francês, François Hollande, ao ser questionado em Adis Abeba, onde se encontra de viagem oficial. "Ainda não conhecemos as condições e as circunstâncias exatas da agressão, nem mesmo a personalidade do agressor, mas devemos contemplar todas as hipóteses", acrescentou.

"Quis-se matar um militar pelo fato de ser militar", declarou à noite o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, após passar pelo Hospital de Clamar para visitar o soldado ferido, cuja vida não corre perigo. "O ministro do Interior, Manuel Valls, e eu mesmo, cada um no seu âmbito, mantemos uma luta implacável contra o terrorismo e contra qualquer ato que ponha nossa segurança em perigo", acrescentou.

O militar ferido, Cédric Cordier, de 23 anos, participava de uma patrulha mista de três homens do Exército e da Polícia quando foi agredido por volta das 17h50. O militar foi tratado pelos bombeiros antes de ser hospitalizado.

Cordier estava em uma área de circulação entre os acessos aos transportes públicos e às lojas, em La Défense. De acordo com os primeiros elementos da investigação, que ainda devem ser confirmados, o agressor era alto, com 1,90 metro, de barba e vestia calça preta. Segundo o procurador de Nanterre, Robert Gelli, perguntado pela AFP, o militar levou um golpe na nuca. O procurador falou em "arma branca", sem especificar se seria uma faca ou um estilete. O agressor "fugiu, sem dizer uma palavra", disse à imprensa o prefeito de Hauts-de-Seine, a região onde ocorreram os fatos, Pierre-André Peynel.

A área é muito movimentada, em particular no fim de semana, o que pode explicar como o agressor conseguiu desaparecer na multidão.

Em um comunicado conjunto, Jean-Yves Le Drian e Manuel Valls condenaram de imediato "com a maior firmeza" essa "agressão covarde". "Há elementos, como a violência repentina do ataque, que pode levar a pensar que pode haver uma forma de comparar com o ocorrido em Londres", avaliou o ministro do Interior na televisão pública France 2.

"Mas nesse momento, muito honestamente, sejamos prudentes, mantenhamos a vigilância das forças de segurança, dos nossos serviços de inteligência, e façamos o possível para saber mais e conseguir prender esse indivíduo que, sem sombra de dúvida, queria matar esse soldado. Felizmente, ele agora está no hospital, e sua vida não corre perigo", acrescentou o ministro do Interior.

Cinegrafista flagra suspeitos de matarem soldado em Londres:

Na quarta-feira, um soldado britânico foi assassinado com arma branca em Londres por dois homens que, segundo testemunhas, disseram agir "em nome de Alah".

O governo britânico considerou que foi um ato "claramente de natureza terrorista".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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