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Europa

Milhares protestam contra austeridade e cortes em Bruxelas

Segundo o próprio movimento, cerca de 52 mil pessoas de 21 países participaram da marcha; houve confronto com a polícia

4 abr 2014 - 17h59
(atualizado às 18h00)
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<p>Ao fim da manifestação ocorreram confrontos com a polícia, que usou bombas de gás lacrimogêneo para conter os manifestantes </p>
Ao fim da manifestação ocorreram confrontos com a polícia, que usou bombas de gás lacrimogêneo para conter os manifestantes
Foto: Reuters

Dezenas de milhares de pessoas protestaram nesta sexta-feira em Bruxelas para denunciar as políticas de austeridade e de cortes na Europa, em uma demonstração de força dos sindicatos do continente que pedem medidas alternativas.

A primeira "euromanifestação" do ano, convocada pela confederação Europeia de Sindicatos (CES), reuniu cerca de 52.000 pessoas de 21 países, segundo seus próprios dados, entre eles militantes de sindicatos de países como França, Polônia e Alemanha. Segundo a polícia, 25.000 pessoas compareceram.

Destacaram-se os trabalhadores gregos, provenientes de um dos países mais afetados pela crise.

"Medidas de austeridade = pobreza duradoura", "povo, não ao lucro", eram as frases escritas em seus cartazes.

A manifestação saiu da estação do Norte e percorreu as ruas da capital belga até chegar ao bairro onde ficam as instituições europeias.

Ao fim da manifestação ocorreram confrontos com a polícia, que usou canhões de água e bombas de gás lacrimogêneo para afastar os manifestantes dos prédios da Comissão Europeia.

"Nossa mensagem é simples, mas as autoridades europeias não querem nos ouvir. Suas políticas contra a crise agravaram, na realidade, a crise social e econômica", afirmou a secretária-geral da CES, Bernadette Segol.

Segundo Emanuela Bonacina, uma porta-voz desta confederação, o objetivo da manifestação é "abrir um novo caminho na Europa, sem austeridade", e pediu aos cidadãos que votem por candidatos "que mudarão a maneira como a União Europeia é dirigida" nas eleições europeias de 25 de maio.

"Precisamos de uma guinada para a esquerda", declarou a líder do sindicato socialista belga FGTB, Anne Demelenne, pedindo um "plano Marshall" para relançar a economia europeia.

<p>Os protestos foram organizados por sindicatos europeus</p>
Os protestos foram organizados por sindicatos europeus
Foto: Reuters

Mais de 26 milhões de europeus não têm emprego, 10 milhões a mais que em 2008, e em 18 dos 28 países da UE os salários em termos reais caíram, segundo dados dos sindicatos europeus.

"A situação dos jovens é ainda pior: 7,5 milhões de jovens europeus não trabalham, nem estudam, e também não estão se formando. Muitos outros, entre eles os mais educados e os mais empreendedores, precisam abandonar seus países para buscar emprego em outros locais", declarou Segol, que falou sobre o risco de que se tornem uma "geração perdida".

"É preciso denunciar o espetáculo a que estamos assistindo em toda a Europa, o de uma política contra os trabalhadores e de uma austeridade que só favorece as classes ricas", lamentou André Jacques, um aposentado dos serviços públicos belgas.

No quarto trimestre de 2013, o Produto Interno Bruto (PIB) da Eurozona cresceu 0,3% e na quinta-feira o Banco Central Europeu (BCE) mostrou-se um pouco mais otimista para 2014, rebaixando sua previsão de inflação e mantendo sem mudanças, em 0,25%, sua principal taxa de juros, apesar do pessimismo de muitos analistas sobre as perspectivas econômicas no médio prazo.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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