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Europa

Merkel e Hollande celebram 50 anos do armistício franco-alemão

21 jan 2013 - 13h37
(atualizado às 13h51)
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O presidente francês François Hollande e a chanceler alemã Angela Merkel lançam na noite desta segunda-feira as celebrações do cinquentenário do armitício franco-alemão com um encontro com jovens dos dois países antes de um jantar para discutir os assuntos mais quentes da atualidade.

Celebrando o aniversário do Tratado do Eliseu, que oficializou em 1963 o armistício dos "inimigos hereditários", os dois dirigentes devem se encontrar no fim da tarde com jovens antes de se reunirem na Chancellerie para discutir assuntos internacionais, como a situação no Mali.

Enquanto o Exército francês está engajado no Mali em um combate contra islamitas armados que ocupam uma grande parte do país africano, a Alemanha se contenta com um apoio discreto à iniciativa, com o envio de dois aviões e de instrutores para formar as tropas africanas, além de uma promessa de ajuda humanitária.

"A Alemanha não quer mais ser uma grande potência em política estrangeira", reconheceu o ministro alemão das Finanças Wolfgang Schauble, em entrevista divulgada nesta segunda-feira, lembrando o doloroso passado da barbárie nazista.

"Não temos inveja da França nem da Grã-Bretanha, que são potências na política externa, como pôde ser visto não somente no Mali, mas também na Líbia e um pouco na Síria", declarou.

Em março de 2011, Berlim frustrou seus aliados ocidentais se abstendo, junto com China e Rússia, do voto no Conselho de Segurança da ONU sobre o uso de força contra o exército do ex-ditador líbio Muammar Kadhafi.

Maior potência econômica europeia e grande contribuinte do fundo de resgate aos países em dificuldade da zona do euro, a Alemanha, de fato, é quem dá as cartas nos assuntos financeiros do continente, geralmente divergindo diretamente com a França.

No entanto, Paris e Berlim chegaram a se entender sobre a sucessão de Jean-Claude Juncker à frente do Eurogrupo: nesta segunda, a candidatura de Jeroen Dijsselbloem --apoiado por Schäuble -- deve ser aceita por unanimidade, indicou no domingo o ministro francês da Economia, Pierre Moscovici, que não escondeu suas reservas em relação a este quase desconhecido.

Enquanto muitos se inquietam na Alemanha com a queda da economia francesa, Schauble afirma ter "grande confiança" na recuperação da França.

"A França é um país potente que resolverá seus problemas", considerou em uma entrevista publicada nesta segunda-feira pelos jornais alemão Süddeutsche Zeitung e francês Le Monde.

No sábado, em seu vídeo semanal na internet, Merkel enfatizou a "grande proximidade" entre Alemanha e França, mesmo se "em algumas questões nós apresentemos divergências". A chanceler conservadora, que apoiou com vigor a campanha à reeleição de Nicolas Sarkozy, frequentemente se opõe ao homólogo socialista.

De olho no futuro, Merkel pediu aos jovens franceses e alemães que aprendam a língua do outro país, reconhecendo não ser uma missão fácil dada a "predominância do inglês" no mundo. A chanceler, que cresceu na ex-República Democrática Alemã, é fluente em russo e inglês, enquanto Hollande fala pouco de alemão.

Na terça-feira, os dois países celebrarão o armistício com pompa: primeiro com uma reunião dos dois governos num conselho de ministros na Chancellerie e, em seguida, dos deputados da Bundestag e da Assemblée Nationale no Reichstag.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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